PACTO BILATERAL

Milei diz que, se preciso, deixará Mercosul para firmar acordo com os EUA

Por Redação - Em 22/01/2025 às 3:37 PM

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Foto: Divulgação

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que, caso necessário, o país estaria disposto a deixar o Mercosul para firmar um acordo comercial com os Estados Unidos. Em entrevista à Bloomberg, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o líder argentino explicou que, embora seja possível seguir com um pacto bilateral com os norte-americanos, sua intenção seria negociar com os EUA sem a necessidade de se desvincular do bloco regional.

“Mecanismos podem ser usados dentro do Mercosul, então não pensamos que um acordo com os EUA precise ser feito sem necessariamente sair do bloco”, afirmou Milei ao editor-chefe da Bloomberg News, John Micklethwait.

O Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, tem sido alvo de críticas de Milei desde sua ascensão à presidência. O líder argentino já classificou o bloco como uma “prisão”, destacando seu desejo de buscar acordos comerciais mais flexíveis para a Argentina. De fato, ele não participou da Cúpula do Mercosul no Paraguai, realizada em julho de 2024, uma clara demonstração de seu descontentamento com as limitações do bloco.

Apesar dessas críticas, a Argentina comemorou recentemente o avanço do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado em dezembro do ano passado, após 25 anos de negociações. O governo de Buenos Aires divulgou uma nota destacando que o tratado representa “a consolidação de um mercado de bens e serviços de mais de 700 milhões de consumidores” e que esse acordo trará uma oferta mais diversificada e de melhor qualidade a preços mais competitivos.

Na entrevista em Davos, Milei também mencionou seus esforços para firmar um tratado comercial com os Estados Unidos, embora tenha evitado confirmar se o tema foi discutido durante sua recente visita a Washington, onde participou da cerimônia de posse de Donald Trump. A relação entre a Argentina e os Estados Unidos pode se fortalecer ainda mais nos próximos meses, à medida que o governo argentino busca alternativas para aumentar as exportações e atrair investimentos internacionais.

Com sua postura pragmática, Milei segue pressionando por mudanças no Mercosul, tentando equilibrar os interesses da Argentina no cenário global e as relações com seus parceiros regionais. O próximo passo será acompanhar as negociações e o impacto de suas decisões no futuro da economia sul-americana e nas relações comerciais entre a Argentina, o Mercosul e os Estados Unidos.

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