O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, informou nesta quarta-feira (31) que o Porto do Pecém registrou uma movimentação de cargas no primeiro semestre deste ano de 8,99 milhões de toneladas, representando uma expansão de 11,3% na comparação com o mesmo período de 2023. De janeiro a junho do ano passado o total movimentado no período foi de 8,08 milhões de toneladas. O total de contêineres movimentados também cresceu: foram 235.186 TEUs, 16% a mais que no 1SEM23.

Movimentação de carga geral e conteneirizada registrou altas expressivas no Porto do Pecém                                                                Fotos: Douglas Filho     

Segundo ele, foram desembarcadas 5,56 milhões de toneladas de produtos diversos no 1SEM24, uma alta de 7,44% e embarcadas 3,36 milhões de toneladas (+17,71%) no mesmo período. “Tivemos uma série de conquistas significativas. Duas ações gerenciais foram importantes no crescimento desses índices: recentemente, selamos novos contratos na área da mineração, destacando a exportação de minério de ferro, que é um marco importante para nossa estratégia de expansão no setor. Além disso, tivemos a implementação de uma nova linha de contêiner na cabotagem (entre portos brasileiros), que está garantindo uma maior eficiência e sustentabilidade nas operações”, afirma Hugo Figueirêdo.

Ele também destacou o aumento da importação de painéis solares e a movimentação de pás eólicas de janeiro a junho deste ano. “Esse crescimento é reflexo do avanço na geração de energias renováveis no Ceará e em áreas vizinhas de influência do porto, como o Piauí e o Rio Grande do Norte. É resultado também do apoio do governador Elmano de Freitas, que tem tratado pessoalmente dos grandes projetos ligados à transição energética e que têm o Complexo do Pecém como ponto focal para o desenvolvimento sustentável do Estado”, salienta. E a atracação de navios registrou uma alta de 24% no 1SEM24, com um total de 384 navios atracados no terminal portuário cearense, sendo um dos que mais tem crescido no Brasil, neste quesito.

Desenvolvimento

O presidente lembrou que o Complexo Industrial e Portuário do Pecém – que envolve o porto, a ZPE-Ceará e a área industrial – é composto por 19.000 hectares, das quais muitas áreas ainda estão sob sua gestão para a atração e desenvolvimento de novos projetos, como é o caso do Hub de Hidrogênio Verde (H²V) e a tancagem que existe no bairro Mucuripe, em Fortaleza. “Temos dentro do complexo mais de 90 empresas, que, junto conosco, geram cerca de 80 mil empregos diretos e indiretos. Pretendemos tornar o Complexo do Pecém numa referência de logística na transição energética sustentável. O governado Elmano de Freitas tem se dedicado a esse tema é é seu desejo ser reconhecido como o que conseguiu fazer a transição energética para o Hidrogênio Verde”, explica.

Hugo Figueirêdo destaca os novos projetos no Complexo do Pecém

Neste segundo semestre e, principalmente, a partir do ano que vem, já estarão sendo desenvolvidos novos projetos na área industrial, como o Hub de Hidrogênio Verde. “O presidente Lula está vindo ao Pecém para sancionar duas leis que são fundamentais para o desenvolvimento do Ceará, que são a Ferrovia Transnordestina e o Hub de H²V. Ele vem sancionar o Marco Legal do Hub de Hidrogênio Verde, que vai destravar investimentos bilionários, pois até 2030 estimamos algo da ordem de US$ 8 bilhões (R$ 45,2 bilhões) aqui no Complexo do Pecém, para produção de Hidrogênio e Amônia Verde. E sancionará uma lei que permite a liberação dos recursos de R$ 3,6 bilhões para a conclusão da Transnordestina, até 2027″ salienta.

Dois projetos estruturantes e fundamentais para o desenvolvimento do Estado, que passam pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém e que o presidente fez questão de vir aqui sancionar. “Um reconhecimento aos esforços que o Ceará tem feito para colocar de pé esses dois projetos estruturantes. A Fortescue já anunciou após a aprovação do Marco Legal, que irá iniciar as obras preliminares na ZPE-2, ainda este ano, com investimentos de R$ 100 milhões, para supressão vegetal, terraplanagem, preparação do terreno, para ele tomar a decisão final de investimento que a gente espera que ocorra no primeiro semestre de 2025″, completa Hugo Figueirêdo.

Navegação

A navegação de cabotagem, que envolve apenas portos situados no Brasil, registrou aumento de 9%, movimentando 5,80 milhões de toneladas. Os principais produtos desembarcados foram minérios (2.307.760 t), cereais (252.989 t), combustíveis minerais (209.235 t), plásticos e suas obras (106.089 t). Já os embarcados, foram ferro fundido (391.108 t), sal (350.724 t), plásticos e suas obras (111.870 t) e cereais (67.661 t).

Por sua vez, a navegação de longo curso teve crescimento de 16% (3,19 milhões de toneladas) em comparação com o 1SEM23. No desembarque foram movimentados principalmente combustíveis minerais (1.233.071 t), ferro fundido (274.493 t) e máquinas (10.107 t). Já no embarque, destaque para ferro fundido (1.130.585 t), minérios (265.076 t), sal (31.479 t) e combustíveis minerais (19.862 t).

Grandes navios têm atracado no Porto do Pecém, tanto da navegação por cabotagem como longo curso

Para o diretor Comercial do Complexo do Pecém, André Magalhães, o resultado é reflexo também do compromisso dos diversos setores do terminal portuário. “Nossa equipe está comprometida em manter esses bons índices. Esses avanços são um testemunho do nosso compromisso com a inovação e o desenvolvimento da econômico do Estado do Ceará”, destaca. E a expectativa é de continuar acelerando o crescimento da movimentação de produtos no Porto do Pecém, pois geralmente o segundo semestre é mais dinâmico que o primeiro, especialmente devido à safra de frutas, fazendo com que possa superar as 19 milhões de toneladas este ano.

Operacional

O Porto do Pecém é um terminal multicargas por movimentar granéis sólidos, granéis líquidos, contêineres e cargas em geral nos dez berços de atracação que possui. Na cadeia logística do transporte marítimo, é considerado um Hub Portuário – hoje conectado por sete linhas de cabotagem e três de longo curso. O porto faz parte do Complexo do Pecém (CIPP S/A), uma joint venture formada pelo Governo do Estado do Ceará e pelo Porto de Roterdã.