TRANSPORTE EM RISCO
NTC&Logística defende repasse da alta do diesel para os fretes no País e sugere a criação de gatilho para novos aumentos
Por Marcelo - Em 19/06/2022 às 11:33 AM
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), por meio de seu Departamento de Custos Operacionais (Decope), emitiu uma nota oficial neste fim de semana para subsidiar as empresas do setor de transporte rodoviário de cargas quanto à variação do preço dos combustíveis, especificamente do diesel, e o impacto desse para o custo dos fretes em todo o Brasil.
Ressaltou que desde que a Petrobras passou a realizar ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes). Isso porque o valor do diesel é de, aproximadamente, 50% do custo médio do frete.
“Nesta sexta-feira, 17/06/2022, a Petrobras anunciou um novo reajuste de 14,26% no preço do diesel. O aumento acarretará a necessidade de reajuste adicional de no mínimo 5,0%, fator esse que deve ser aplicado emergencialmente nos fretes. No acumulado do ano tivemos uma expressiva variação média de 28,93% na bomba e nos últimos 12 meses (jun-21 contra jul-22) nada menos que uma magnitude média de 52,69%”, chamou a atenção, no documento.
Ainda considerando os últimos 12 meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas vêm sofrendo grande pressão. “Os fornecedores das empresas de transporte estão ajustando os seus custos de produção e, consequentemente, repassando essas pressões para os transportadores. O cavalo mecânico, por exemplo teve seus preços reajustados em média 31,02%, semirreboque 32,55%, pneus 14,81% e por fim o acordo sindical da convenção coletiva dos trabalhadores do transporte vêm fechando os acordos entre 10% a 12,47%”, explica a entidade.
“É imprescindível para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras que sejam repassados de forma imediata o acumulado dos aumentos do combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas)”, destacou a nota. A NTC&Logística reitera a importância das empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos, e colocar nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel.