DE 2,9% PARA 3,2%

OCDE eleva projeções para o PIB do Brasil em 2024

Por Redação - Em 04/12/2024 às 10:18 AM

Supermercado, Cesta Básica, Alimentos Foto Freepik

Em relação à inflação, a OCDE projeta uma desaceleração mais lenta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo nos próximos anos FOTO: Freepik

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para cima a projeção de crescimento da economia brasileira para 2024. De acordo com o relatório trimestral divulgado nesta quarta-feira (4), a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é de uma alta de 3,2%, superior à previsão anterior de 2,9%. Caso essa previsão se concretize, o Brasil experimentará uma aceleração em relação ao crescimento de 2,9% registrado em 2023.

Apesar dessa perspectiva positiva para o próximo ano, a OCDE apresentou revisões mais pessimistas para os anos subsequentes. A projeção para 2025 foi reduzida de 2,6% para 2,3%, e para 2026, a estimativa caiu para 1,9%, refletindo uma desaceleração gradual da atividade econômica.

Reformas estruturais

O relatório da OCDE destaca que, para garantir um crescimento mais forte e sustentado, o Brasil precisará adotar reformas estruturais abrangentes. A organização alerta para os desafios impostos pelas pressões inflacionárias persistentes, o aperto monetário do Banco Central (BC) e a desaceleração da demanda externa. Além disso, a política fiscal expansionista do governo pode dificultar o cumprimento da meta de déficit primário de no máximo 0,6% do PIB em 2024 e 2025, o que teria efeitos sobre a atividade econômica.

A OCDE também prevê que o cenário fiscal desafiador pode impactar negativamente os índices de confiança e os investimentos no país, criando um ambiente de incertezas que dificultaria a manutenção de um crescimento mais robusto nos próximos anos.

Inflação e taxa de juros

Em relação à inflação, a OCDE projeta uma desaceleração mais lenta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos próximos anos, com os preços subindo 4,5% em 2024 e 4,2% em 2025, números ligeiramente superiores às projeções anteriores de 4,4% e 4,0%, respectivamente. Para 2026, a previsão é de uma desaceleração maior, com a inflação chegando a 3,6%.

Entretanto, a organização aponta riscos de alta para a inflação no Brasil, incluindo possíveis choques climáticos que afetem os preços de alimentos e bebidas, além de fatores externos, como flutuações nos preços de energia. A OCDE também alerta para a inflação de serviços, que pode se tornar mais persistente, em razão do crescimento econômico acelerado e da depreciação do real, que pode impactar os preços.

Aperto monetário

Com base nesses riscos inflacionários, a OCDE prevê que o Banco Central manterá uma política monetária restritiva, elevando a taxa Selic para 11,75% até a primeira metade de 2025. Somente após essa elevação, o BC poderá iniciar a flexibilização da política monetária, com a expectativa de que a Selic caia para 9,5% em 2026, caso a inflação desacelere conforme o esperado.

A organização, no entanto, alertou que expectativas de inflação desancoradas poderiam atrasar a redução das taxas de juros, o que impactaria diretamente o consumo e os investimentos. O cenário fiscal também pode influenciar essa dinâmica, com a incerteza sobre as políticas fiscais futuras gerando riscos adicionais para a confiança dos investidores.

Em resumo, embora a economia brasileira mostre sinais de crescimento no curto prazo, a OCDE aponta uma trajetória mais desafiadora nos anos seguintes, exigindo reformas estruturais e um controle mais rigoroso da inflação e da política fiscal para garantir a sustentabilidade do crescimento.

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