BALANÇO

Oi surpreende mercado com lucro líquido de R$ 243 milhões no 3º trimestre

Por Redação - Em 07/11/2024 às 4:22 PM

Operadora Oi Telefonia

O Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – da Oi foi negativo em R$ 335 milhões

A Oi, operadora em recuperação judicial, surpreendeu o mercado ao apresentar lucro líquido de R$ 243 milhões no balanço do terceiro trimestre de 2024, após registrar um prejuízo de R$ 2,83 bilhões no mesmo período do ano anterior. O resultado positivo foi divulgado após o fechamento do mercado, na noite de quarta-feira, 6 de novembro, e refletiu uma série de ajustes financeiros e operacionais realizados pela companhia ao longo do último ano.

O lucro líquido da Oi foi impulsionado principalmente pela valorização de 2,0% do real frente ao dólar, além de um impacto positivo resultante do ajuste a valor presente (AVP) das dívidas, que foi renegociado com a Anatel no âmbito do segundo termo de repactuação, fechado em novembro de 2020. Esse ajuste contribuiu para o alívio no passivo da empresa, o que ajudou a compensar o cenário de dificuldades operacionais enfrentado no período.

Porém, o desempenho operacional da empresa ainda revelou sinais de fragilidade. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da Oi foi negativo em R$ 335 milhões, uma reversão significativa em relação ao valor positivo de R$ 382 milhões registrado no terceiro trimestre de 2023. Já o Ebitda de “rotina”, que exclui itens não recorrentes, ficou negativo em R$ 375 milhões, o que representa uma piora de 13,5% em relação ao mesmo trimestre de 2023.

A Oi atribui essa queda no Ebitda principalmente à aceleração da perda de receita com seus serviços não essenciais (não-core), como as tecnologias legadas de cobre e DTH (TV por satélite), cujas receitas caíram de forma acentuada. Segundo a companhia, a redução desses serviços, combinada com a dinâmica declinante dos tradicionais serviços de telecomunicações e a abordagem comercial mais seletiva da Oi Soluções, impactou negativamente os números.

No total, a receita líquida consolidada da operadora foi de R$ 2,051 bilhões, uma queda de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023. A Oi destacou que a retração nas receitas foi impulsionada pela continuidade da queda na demanda por serviços não-core, além do cenário de redução nas ofertas tradicionais de telecomunicações. A divisão de conectividade e TI, a Oi Soluções, teve uma queda expressiva de 26,6% nas suas receitas, somando R$ 421 milhões, enquanto a unidade de banda larga, a Oi Fibra, registrou um leve crescimento de 0,8%, com receita de R$ 1,125 bilhão.

O esforço de reestruturação da empresa tem mostrado resultados em termos de controle de custos. As despesas e custos de rotina caíram 10,6%, totalizando R$ 2,4 bilhões, impulsionados pela redução de pessoal e pela otimização de processos internos. A Oi informou que, nos últimos 12 meses, aproximadamente 2.500 colaboradores foram desligados, parte de um processo de reestruturação mais amplo para reduzir despesas e aumentar a eficiência operacional.

Apesar das melhorias em sua gestão financeira, a Oi continua a enfrentar desafios no que diz respeito ao consumo de caixa. A operadora registrou um consumo de R$ 496 milhões no trimestre, embora tenha mantido os investimentos em R$ 109 milhões.

O endividamento da Oi, por sua vez, segue em trajetória de redução. A dívida líquida da companhia caiu 60,5% em relação ao terceiro trimestre de 2023, totalizando R$ 8,9 bilhões, mas ainda apresenta um aumento de 34,9% em relação ao trimestre anterior. Isso reflete um quadro de forte alavancagem financeira, que ainda exige um cuidado especial na gestão da liquidez da companhia.

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