PREVISÃO
Patriolino Dias acredita que construção civil retoma atividades em 1º de junho
Por Marcelo - Em 19/05/2020 às 12:49 PM
O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, participou do RB Panels, promovido pelo diretor da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, dizendo acreditar que a construção civil deve ser o primeiro setor a ser liberado pelo Governo do Ceará e que isso deve ocorrer no dia 1º de junho. Mas está preocupado com as micro, pequenas e médias empresas da construção civil, que não têm acesso fácil ao crédito. E que a saúde do setor, em meio à pandemia do novo coronavírus, foi atingida.
“A gente vinha num momento muito bom e eu até previa que teríamos cerca de R$ 2 bilhões em lançamentos este ano, pois as empresas estavam reduzindo rapidamente os seus estoques. A pandemia foi um banho de água fria nesta previsão. Principalmente as empresas que vivem de medição, que trabalham com o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, estão com muitas dificuldades”, afirmou.
Ele disse não ter nenhum interesse político, mas sim garantir o retorno da atividade da construção civil, que a seu ver é de baixíssimo risco, o mais breve possível. Entretanto, afirmou como cidadão, acreditar que isso deve ocorrer no dia 1º de junho, devido às últimas notícias sobre a evolução da doença no Estado.
“Tomara que sejamos surpreendidos, pois só o Ceará e parte de Pernambuco estão com o setor da construção civil paralisado. Será que somente nós estamos corretos?”, indagou. “Volto a salientar que não tenho os dados de saúde, e no Sinduscon só podemos propor, argumentar. Mas a caneta é do governador”, complementou.
Destacou que estamos na Terceira Guerra Mundial, só que sem balas. “A pandemia é generalizada, no mundo todo. Um inimigo invisível que está provocando problemas econômicos mundiais. A vantagem é que depois, ninguém precisará reconstruir as infraestruturas”, explicou.
Sobre o isolamento social, Patriolino foi taxativo. “Estamos vivendo num mundo de incertezas. Alguns dizem que é preciso o isolamento horizontal, outros dizem que é preciso haver a circulação do vírus, para criar imunidade. O isolamento é preciso num determinado momento, para não saturar os hospitais. Aqui no Ceará é ruim, por vermos um isolamento de parte da população e, na periferia, as pessoas estão nas ruas, fazendo negócios”, criticou.
Na opinião do presidente do Sinduscon-CE, a construção civil é essencial. “Por onde você anda tema a construção civil, onde você mora, o hospital que você frequenta, as estradas, ruas, calçadas, tudo é feito pelo nosso setor. Uma pesquisa da Abrainc mostrou que há quase 60 mil trabalhadores e menos de 50 contraíram a covid-19, dez precisaram de leitos hospitalares e, infelizmente, cinco foram a óbito. Lamentamos essas mortes, mas isso mostra que nossa atividade é de baixíssimo risco. Já enviamos as últimas pesquisas para o Governo do Ceará, um protocolo de atuação que é diferenciado de todo o Brasil, pois achamos que devemos retornar às atividades, gradualmente”, disse.
Patriolino afirmou a Ricardo Bezerra e aos participantes do evento virtual, confiar no trabalho feito pelo governador Camilo Santana e o secretário de Saúde, Dr. Cabeto. “A gente acredita que a construção civil é de baixo risco e os nossos colaboradores estariam melhor dentro dos canteiros de obras. Antes da pandemia, de segunda a sexta trabalham em nossas obras, mas no fim de semana, pegam bicos para melhorar a qualidade de vida das suas famílias. Hoje, estão fazendo isso a semana toda, o que gera riscos maiores de contaminação”.
E espera que a proposta do Sinduscon-CE seja aceita pelas autoridades. “Na nossa proposta, oferecemos transporte particular para que eles sigam para os canteiros de obras, com horários escalonados, refeições também escalonadas. É importante dizer que nas obras não existe atendimento ao público. Também colocaremos pias e lavatórios, protocolos de higienização, distribuição de kits de higiene pessoal e muitos outros cuidados. Por isso, acredito que o setor da construção deve ser o primeiro a ser liberado”, asseverou.
Sobre a política nacional, ressaltou que é necessário que os políticos “acordem”. Que haja uma alinhamento de discursos. “Pensem um pouco na população, nos empresários que geram empregos. Tem tudo para esse País decolar, a taxa de juros nunca esteve tão baixa. As pessoas devem parar de aplicar na renda fixa, onde gera empregos. Nossa esperança é que isso mude”, completou Patriolino Dias.