ESTRATÉGIAS
Patriolino Dias quer definir protocolo com a Sesa e retomar a atividade produtiva
Por Marcelo - Em 08/04/2020 às 12:02 PM
O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, solicitou ao secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Ceará, Élcio Batista, uma reunião virtual, esta semana, entre a equipe do sindicato e o pessoal técnico da Secretaria da Saúde (Sesa). O objetivo principal deste encontro online será definir um protocolo para que se possa retomar a atividade produtiva no Ceará. E foi atendido.
Durante a live promovida pela entidade na noite desta terça-feira, disse que o setor vai respeitar o decreto do Governo do Ceará, até o próximo dia 20, mas com a expectativa de que, após esse período, a atividade produtiva possa ser retomada gradativamente e com todo o cuidado, para garantir a saúde dos trabalhadores e preservar a economia.
Durante o pico da live, cerca de 250 pessoas participaram e encaminharam perguntas às autoridades presentes. “Já nos colocamos à disposição para que, a gente possa encontrar uma forma de unirmos forças e, a várias mãos, podermos construir um novo momento para o Ceará”, afirmou Patriolino Dias.
Domingos Neto
O deputado Domingos Neto destacou que o setor da construção civil merecia um debate exclusivo, pois envolve a execução de obras públicas, que acabam gerando um aumento de investimentos.
Além disso existem as outras construtoras, que trabalham com obras particulares, mas são submetidas às regras do governamentais. “A gente conseguir desenhar um caminho de meio termo, para voltar à atividade, aumentar o investimento público, retomando obras que estão paradas, o que poderá induzir o crescimento da economia”, disse.
Élcio Batista
O secretário-chefe da Casa Civil ressaltou que o mundo todo está sofrendo os efeitos de uma pandemia que, nos últimos 100 anos, não houve outra de tamanha envergadura. Mas que ainda hoje deve marcar a reunião com as equipes da Sesa.
Ele disse que não estamos vivendo um momento de lockdown, mas sim algumas medidas restritivas a fim de impedir a disseminação do coronavírus, para que o sistema de saúde não entre em colapso, o que aumentaria o número de mortes de forma exponencial
“As medidas tomadas no Estado do Ceará, pelo governador Camilo Santana, os 184 prefeitos, especialmente o da Capital, Roberto Cláudio, para preservar a vida das pessoas, pois elas são muito importantes”, explicou Élcio.
José Carlos Martins
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, deu um panorama da situação em todo o País e destacou que o problema está em dois pontos – transporte público e nos refeitórios. Ou seja, é preciso aumentar a frota de ônibus e alternar os horários das refeições.
Lembrou que os R$ 600,00 não atingem os trabalhadores da construção civil. “Eles não têm poupança e dependem dos salários. Mas se as obras estão paradas, não há medições e nem pagamentos. Então, está sendo criado um problema muito sério”, destacou.
“Precisamos ter a devida razoabilidade nessa discussão, dos impactos que essas medidas vão gerar. E também acho que não seria interessante abrir o pagamento do FGTS no Brasil. Isso porque só 14% das contas detém 86% dos valores depositados”, afirmou José Carlos.
Samuel Dias
Já o secretário de Governo da Prefeitura de Fortaleza, Samuel Dias, destacou ter trabalhado com obras, na expectativa de realizar a entrega das mesmas. “Foi muito difícil para mim entender o que estava se passando, pois tinha muitas obras para entregar em nossa cidade”, disse.
E destacou o que se pode fazer para minimizar as ocorrências, pois a doença está matando pessoas e é preciso paralisar a atividade econômica para frear a disseminação do vírus em todo o País.
“Entendo que precisamos ouvir os especialistas, os médicos, que estão analisando cada uma das ações que estão sendo tomadas aqui e no mundo todo. Óbvio que essa paralisação não pode se prolongar por muito tempo e as obras, tanto públicas quanto privadas, terão uma responsabilidade enorme na retomada do trabalho quando a atividade econômica retornar, de forma responsável e controlada”, explicou Samuel Dias.
Informou, ainda, que as obras em andamento terão os seus pagamentos realizados em dia pela Prefeitura de Fortaleza, pois sabe que existem várias empresas e, principalmente, trabalhadores, que precisam desses recursos para a sua subsistência.
José Carlos Gama
O vice-presidente do Sinduscon-CE, José Carlos Gama, disse que a preocupação primeira da entidade é com a saúde dos trabalhadores, mas lembrou que passa pela cabeça dos associados porque as obras particulares estão paralisadas, enquanto as públicas prosseguem.
“Em hipótese alguma queremos ser contra as determinações dos governos estadual e municipal. Mas não adianta ficarmos discutindo o futuro, se não sabemos se vamos fazer parte dele. Muitas empresas já estão em situação muito complicada e até fechando”, disse.
“Queremos mostrar às autoridades que tomadas as medidas corretas e havendo a fiscalização do Governo do Ceará e do Ministério Público do Trabalho nos canteiros de obra, que haja uma multa pesada para quem estiver atuando de maneira errada, até para separarmos o joio do trigo, e esse dinheiro seja revertido para o combate ao coronavírus”, asseverou Gama.