S&P GLOBAL
PMI da indústria brasileira cai em dezembro, mas indica expansão moderada
Por Redação - Em 02/01/2025 às 10:50 AM
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) referente à atividade industrial do Brasil registrou queda em dezembro, atingindo 50,4 pontos, contra 52,3 pontos em novembro, segundo dados divulgados pela S&P Global. A leitura de dezembro, embora tenha sido a mesma registrada em agosto deste ano, continua acima dos 50 pontos, o que sugere que, apesar da desaceleração, a atividade industrial ainda está em expansão.
A diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima, avaliou que o setor industrial brasileiro manteve-se em crescimento em razão da resiliência da demanda, que sustentou novos aumentos no volume de pedidos, na produção e no nível de emprego. Contudo, ela alertou para uma desaceleração nas taxas de crescimento, indicando que a indústria pode iniciar 2025 em uma base mais fraca.
A análise também aponta uma possível diminuição na aquisição de insumos e na formação de estoques, o que pode estar ligado à desvalorização prolongada do real frente ao dólar. A diretora sugere que o custo mais elevado de insumos, devido à desvalorização cambial, pode estar pressionando as margens das empresas e afetando o ritmo de produção.
Além disso, o relatório da S&P aponta que, embora a demanda por produtos específicos tenha impulsionado um aumento adicional nos novos pedidos em dezembro, a taxa de expansão foi a mais fraca dos últimos quatro meses. Esse enfraquecimento no crescimento industrial pode ser atribuído, em parte, ao poder de compra reduzido das famílias brasileiras, o que tem impactado negativamente as vendas em algumas fábricas.
A S&P também mencionou que, apesar de os fabricantes estarem esperançosos quanto a um cenário econômico mais favorável em 2025, os dados indicam uma leve perda de confiança nos negócios. O cenário mostra que, embora o Brasil continue em um processo de recuperação econômica, o ritmo de crescimento industrial está se desacelerando, e os desafios econômicos internos, como o câmbio e o consumo das famílias, podem colocar limites a esse crescimento no início do próximo ano.