A ascensão da Miu Miu e a nova fase estratégica da Prada, com a possível aquisição de grandes nomes do luxo, consolidam a empresa como uma das grandes potências do setor

Em um ano de desaceleração no setor de luxo, a Prada conseguiu se destacar, superando as expectativas de analistas e mantendo um forte crescimento. O grupo italiano viu sua receita aumentar 17% em moedas constantes em 2024, superando a previsão de 16,6%. A marca, que é controlada pela família fundadora, teve um desempenho notável, especialmente no quarto trimestre, com vendas no varejo da Miu Miu subindo impressionantes 84%.

A Prada tem se destacado no competitivo mercado de luxo, superando rivais como Kering e LVMH, e cativando consumidores mais jovens, especialmente da Geração Z. A marca Miu Miu, em particular, tem sido um grande sucesso, com seus produtos como as bolsas Arcadie e cardigãs de cashmere conquistando uma base fiel de clientes, especialmente entre os consumidores mais ricos.

Além de seu desempenho sólido, a Prada também está buscando expandir suas operações por meio de aquisições estratégicas. O grupo está em negociações avançadas para a compra da Versace da Capri Holdings, o que, se concretizado, traria a marca de volta à propriedade italiana por um valor estimado de € 1,5 bilhão (cerca de US$ 1,6 bilhão). O acordo criaria uma potência italiana maior, capaz de competir de maneira mais eficaz com gigantes do setor, como a LVMH e a Kering. Além disso, a Prada também estaria considerando uma oferta pela Jimmy Choo, outra marca sob o guarda-chuva da Capri.

Em termos de performance regional, a Prada obteve resultados impressionantes, especialmente na Ásia-Pacífico, que inclui mercados chave como a China. A região foi responsável por um terço da receita total do grupo, com vendas no varejo subindo 13% em 2024. O Japão, por sua vez, viu um crescimento de 46%, impulsionado por compras de turistas.

A ascensão da Miu Miu e a nova fase estratégica da Prada, com a possível aquisição de grandes nomes do luxo, consolidam a empresa como uma das grandes potências do setor. As ações da marca subiram 14% este ano em Hong Kong, superando o desempenho de grandes concorrentes como a LVMH, que viu um ganho bem mais modesto.

Sob a direção criativa de Miuccia Prada e Raf Simons, que compartilham as funções na Prada, e com a recente nomeação de Silvia Onofri para liderar a Miu Miu, a marca segue sua trajetória de sucesso. A mudança de Benedetta Petruzzo para a Christian Dior Couture, no entanto, marcou uma transição importante na gestão da marca, que continua a impressionar com seu apelo inovador e exclusivo.

Com uma estratégia voltada para o fortalecimento da presença em mercados internacionais e uma posição cada vez mais consolidada no segmento de luxo, a Prada se prepara para um futuro ainda mais promissor.