Em 2025, o preço já subiu mais de R$ 500 por saca FOTO: Agência Brasil

O preço do café arábica, a variedade mais consumida no Brasil, atingiu o maior valor real dos últimos 30 anos, conforme dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, registrou R$ 2.769,45 por saca de 60 kg no dia 12 de fevereiro, o maior valor desde o início da série histórica em 1996.

Em 2025, o preço já subiu mais de R$ 500 por saca, devido à combinação de estoques baixos, alta demanda e incertezas em relação à safra atual. O Cepea destaca que a redução nos estoques tanto no Brasil quanto no mercado global tem sido um fator importante para a alta nos preços. Além disso, os pesquisadores alertam para a expectativa de uma produção “modesta” na safra de café brasileira 2025/26.

A demanda pelo produto segue elevada, mesmo com os preços mais altos, o que também contribui para a pressão nos valores. As condições climáticas também têm gerado preocupações. A safra 2025 está na fase final de desenvolvimento, mas o calor intenso e a falta de chuvas, especialmente nesta semana, têm preocupado os produtores. O Cepea observa que, embora as chuvas de outubro de 2024 até janeiro de 2025 tenham favorecido o desenvolvimento da safra, a expectativa para fevereiro é de chuvas abaixo da média e temperaturas acima do normal, o que pode impactar negativamente a produção.

Os efeitos do calor e da seca de 2024 já prejudicaram a safra, e o excesso de calor nos próximos dias pode afetar a qualidade do café, dificultando o desenvolvimento adequado dos grãos. Esse cenário mantém o mercado atento aos impactos sobre a produção de 2025/26.