Claudia Sheinbaum defendeu a cooperação do México com os EUA em várias áreas, incluindo migração, segurança e combate ao tráfico de drogas

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, criticou duramente as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações mexicanas, afirmando nesta terça-feira (4), na Cidade do México, que não há “razão lógica ou justificativa” para a decisão de Donald Trump. Durante entrevista coletiva, Sheinbaum afirmou que essa medida afetará tanto o povo mexicano quanto as relações entre as duas nações, destacando que “ninguém ganha com essa decisão.”

As tarifas começaram a valer nesta terça-feira, após uma pausa inicial de 30 dias, durante a qual as autoridades mexicanas mantiveram negociações com Washington e reforçaram a segurança na fronteira EUA-México. O aumento das tarifas foi anunciado após críticas do presidente Trump, que acusou o México, juntamente com o Canadá e a China, de não fazer o suficiente para conter o fluxo de fentanil e seus precursores químicos para os Estados Unidos.

Em sua resposta, Sheinbaum defendeu a cooperação do México com os EUA em várias áreas, incluindo migração, segurança e combate ao tráfico de drogas. “Nesses 30 dias, foram tomadas ações decisivas contra o crime organizado e o tráfico de fentanil, além de reuniões bilaterais sobre segurança e comércio”, destacou a presidente. Ela também enfatizou que o México está tomando medidas tanto tarifárias quanto não tarifárias em resposta às tarifas dos EUA, com mais detalhes prometidos para um evento no domingo, na praça Zócalo, em plena Cidade do México.

A medida de Trump, que afeta uma vasta gama de produtos mexicanos, levou a uma queda do peso mexicano, que foi negociado com uma desvalorização de cerca de 1% em relação ao dólar na manhã desta terça-feira.

O enfraquecimento da moeda mexicana reflete as tensões comerciais entre os dois países e a incerteza sobre o impacto das novas tarifas nas economias dos dois lados da fronteira. Enquanto o governo mexicano se prepara para a retalição, a situação continua a destacar as complexas relações comerciais e diplomáticas entre o México e os Estados Unidos, especialmente no que diz respeito à segurança e ao controle das substâncias ilícitas que cruzam a fronteira.