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Produção de cana-de-açúcar na safra 2024/25 pode ser a segunda maior da série histórica

Por Redação - Em 22/08/2024 às 4:18 PM

Cana De Açúcar Foto José Roberto Miranda Embrapa Territorial

A estimativa é de 8,63 milhões de hectares destinados à colheita, crescimento de 3,5% em relação ao ciclo 2023/2024 FOTO: José Roberto Miranda/Embrapa Territorial

A safra 2024/2025 de cana-de-açúcar no Brasil está projetada para alcançar 689,8 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse volume, se confirmado, será o segundo maior já registrado, atrás apenas da safra anterior.

A estimativa de colheita abrange uma área de 8,63 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 3,5% em relação à safra 2023/2024. No entanto, a produção total deve diminuir em 3,3% devido à redução na produtividade, que deve cair para 79.953 quilos por hectare, uma diminuição de 6,6%. A queda é atribuída principalmente aos baixos índices pluviométricos e às altas temperaturas na região Centro-Sul do país.

Desempenho regional

A região Sudeste, responsável por 64,2% da produção nacional, terá uma colheita estimada em 442,8 milhões de toneladas, uma redução de 5,6% em relação ao ciclo anterior. São Paulo deve observar a maior queda, com uma diminuição de 27,22 milhões de toneladas. A produtividade média na região será de 82.879 quilos por hectare, uma queda significativa de 9,9%, devido ao déficit hídrico crítico.

Por outro lado, a região Centro-Oeste deve registrar um aumento de 2,8% na produção, alcançando 149,17 milhões de toneladas. A produtividade média deve se manter estável em 81.577 quilos por hectare, apesar das condições climáticas adversas no final do ano passado, beneficiada pela ampliação da área cultivada.

No Norte e Nordeste, as perspectivas são positivas. O Nordeste deve produzir 59,62 milhões de toneladas, um crescimento de 5,6%, enquanto o Norte deve alcançar 4,04 milhões de toneladas, com um aumento de 2,6%. No Sul, a produção está estimada em 34,21 milhões de toneladas, uma redução devido à menor área cultivada e à baixa produtividade.

Destinação da produção

A maior parte da cana será destinada à produção de açúcar, com uma estimativa de 46 milhões de toneladas, marcando um aumento de 0,7% em relação à safra anterior. Se confirmado, esse número representará um novo recorde histórico para a produção de açúcar.

A produção de etanol deve cair 4,1%, para 28,47 bilhões de litros. A diminuição é atribuída ao aumento na competitividade do açúcar e à menor oferta de cana. Entretanto, o etanol derivado do milho está projetado para crescer 17,3%, correspondendo a cerca de 20% da produção total de etanol, estimada em 6,94 bilhões de litros. A produção total de etanol deve se manter em torno de 35,41 bilhões de litros.

Perspectivas de mercado

O mercado internacional para o açúcar brasileiro permanece robusto. Entre abril e julho deste ano, o Brasil exportou mais de 11,6 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de 27,1% em relação ao mesmo período da safra anterior. O valor das exportações também subiu significativamente, alcançando US$ 5,6 bilhões, um crescimento de quase 24%. A expectativa é de que os preços do açúcar permaneçam favoráveis para os produtores, com previsões de redução na produção na Ásia.

No entanto, as exportações de etanol enfrentam um panorama oposto, com uma queda de 17,2% na safra 2024/25, totalizando 440,1 milhões de litros.

Mais detalhes sobre a safra de cana-de-açúcar e seus produtos derivados estão disponíveis no Boletim completo publicado no site da Conab.

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