O total de motocicletas produzidas desde janeiro segue positivo, com 1,32 milhão de unidades FOTO: Antônio Milena/ABR

A indústria brasileira de motocicletas alcançou um marco importante em setembro, com a produção de 144,1 mil unidades no polo industrial de Manaus, o melhor desempenho para o mês em 11 anos. Segundo a Abraciclo, associação que representa o setor, houve um aumento de 2,7% em relação a igual mês do ano anterior.

Apesar dos desafios impostos pela severa estiagem, que dificultou o transporte de cargas pelo rio Amazonas, as fábricas se prepararam com antecedência, aumentando estoques de peças e acelerando a produção antes do início do período seco. No ano passado, a intensidade da seca causou interrupções nas linhas de produção devido à falta de suprimentos, resultante da baixa navegabilidade do rio.

“O ano passado foi desafiador, mas aprendemos com as dificuldades. Neste ano, nosso planejamento e logística foram aprimorados”, afirmou Marcos Bento, presidente da Abraciclo, durante a divulgação dos resultados. “Embora não possamos ignorar os efeitos da seca, a antecipação nas estratégias nos ajudou a manter a produção”.

Além disso, a utilização de um porto temporário em Itacoatiara foi crucial para garantir a continuidade das operações enquanto as fábricas aguardam a dragagem do rio. No entanto, Bento destacou que o aumento dos custos logísticos já está sendo notado pelo setor.

Comparando-se a agosto, que teve um dia útil a mais e uma produção intensificada, setembro registrou uma queda de 12,2% na fabricação. Apesar disso, o total de motocicletas produzidas desde janeiro segue positivo, com 1,32 milhão de unidades, um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado representa o melhor desempenho para os primeiros nove meses desde 2012, sinalizando uma recuperação robusta na indústria de motocicletas do Brasil.