DE OUTUBRO PARA NOVEMBRO
Produção industrial cresce em nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE
Por Redação - Em 12/01/2024 às 10:46 PM
A produção industrial brasileira avançou 0,5% na passagem de outubro para novembro de 2023, resultado da expansão ocorrida em nove dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“No mês de novembro, é possível fazer uma relação com o avanço de 0,5% em relação à queda da taxa de juros, um efeito de uma política monetária mais expansionista. A queda da taxa de juros causa impacto direto na renda disponível das famílias, de maneira que o crédito está menos encarecido. Não podemos esquecer que os juros ainda estão em patamares elevados, mas conseguimos ver uma melhora na renda disponível das famílias, o que aumenta o consumo e impacta diretamente na cadeia produtiva industrial”, destaca o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
O pesquisador destaca ainda que outro ponto importante é a melhora na massa salarial da população, o que também impacta da renda das famílias e influência no consumo das famílias. “Quando falo de uma melhora da massa salarial, estou falando de uma melhora na taxa de desemprego, impactando diretamente a cadeia industrial produtiva. Além disso, o crédito menos encarecido ajuda a diminuir as incertezas frente ao cenário macroeconômico, impactando nas decisões por parte dos produtores. Isso influencia na tomada de decisões, que se tornam mais otimistas, mais uma vez melhorando o ritmo da produção”.
Principal polo industrial do País, São Paulo apresentou avanço de 1,9% em novembro e acumulou ganho de 2,3% nos últimos dois meses. Os resultados da indústria paulista foram puxados pelo setor farmacêutico, corroborando o resultado nacional, que também teve esse setor como um dos destaques positivos.
“Com esse resultado, a indústria paulista está 22,0% abaixo do patamar mais elevado, de março de 2011, mas também observamos uma melhora de ritmo na produção, quando comparamos com o patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Com o resultado de novembro, a indústria paulista se encontra 0,4% acima do patamar pré-pandemia. Em outubro, São Paulo estava 1,7% abaixo do patamar pré-pandemia, evidenciando uma melhora de ritmo na produção em novembro. É importante salientar que não estamos falando de uma retomada de crescimento sustentado, mas sim uma melhora no cenário da produção industrial. Se isso vai criar uma trajetória de crescimento sustentado, ainda precisamos esperar os próximos dados”, avalia o pesquisador.
Já a indústria do Paraná apresentou a maior alta individual, com taxa de 5,4%, e foi a segunda maior influência no resultado nacional. Novembro foi o quarto mês consecutivo de resultados positivos no estado, que acumula ganho de 14,5%.
“Houve uma significativa melhora no ritmo de produção da indústria paranaense e podemos afirmar isso olhando os números relacionados aos números pré-pandemia. A indústria paranaense se encontra 9,6% acima do patamar pré-pandemia. É um patamar significativo, positivamente falando. Assim como em São Paulo, é necessário aguardar para ver se essa melhora vai ser tornar um crescimento sustentado, se vai perdurar, mas é uma melhora de ritmo de produção. O setor que tem mais influenciado essa indústria nos últimos meses é o de derivados do petróleo, que é um setor bastante influente dentro dessa indústria”, destaca Almeida.
A segunda maior taxa positiva, e quinta influência no mês, veio da indústria do Espírito Santo. O estado eliminou parte da perda de 7,1% acumulada no período setembro-outubro. A setor que exerceu influência no resultado da indústria capixaba foi o extrativo.
Por outro lado, Pernambuco (-9,7%) e Amazonas (-4,2%) mostraram os recuos mais intensos na produção, com o primeiro local eliminando o avanço de 9,8% registrado em outubro e o segundo marcando o terceiro mês seguido de queda na produção, período em que acumulou redução de 15,1%.