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Produção industrial recua em janeiro

Por Redação - Em 20/02/2025 às 10:27 AM

Indútria Sotor Industrial Produção Industrial Foto Cni

O declínio na produção foi mais acentuado nas empresas de pequeno e médio porte FOTO: CNI

A produção industrial brasileira apresentou queda entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, ficando em 48,9 pontos, conforme a Sondagem Industrial divulgada nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O recuo, no entanto, foi mais brando do que o habitual para o período, quando comparado a anos anteriores.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, comentou sobre o comportamento atípico do setor, explicando que, “normalmente, a produção acelera no fim do terceiro trimestre para atender as festas de fim de ano. Após isso, é normal que a produção caia, mas é importante notar que, em 2025, ela foi mais branda que em outros períodos semelhantes”.

De acordo com a pesquisa, o declínio na produção foi mais acentuado nas empresas de pequeno e médio porte. Por outro lado, as grandes empresas registraram aumento na produção. No aspecto regional, o recuo foi observado nas empresas dos estados Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto as regiões Nordeste e Sul apresentaram avanços na produção.

O índice de evolução do número de empregados ficou em 49,6 pontos, indicando estabilidade no período. Historicamente, a tendência seria uma queda no número de empregados em janeiro, mas, conforme a CNI, houve aumento nas grandes empresas e redução nas pequenas e médias indústrias. No recorte regional, o número de empregados cresceu no Sul e no Sudeste, enquanto diminuiu no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) foi de 69% em janeiro, um aumento de 1 ponto porcentual (p.p.) em relação a dezembro de 2024 e 2 p.p. acima da média histórica para o mês. Esse foi o 11º mês consecutivo com a UCI acima das médias mensais históricas. A alta foi impulsionada pelas grandes empresas, enquanto as médias empresas mantiveram o índice estável e as pequenas apresentaram queda. Mesmo assim, todos os indicadores por porte ficaram acima da média de janeiro.

Outro dado importante da pesquisa foi o indicador de evolução do nível de estoques, que ficou em 49 pontos em janeiro, marcando o terceiro mês consecutivo abaixo dos 50 pontos, o que indica recuo nos estoques em relação ao mês anterior. O de estoque efetivo em relação ao usual permaneceu em 49,3 pontos, o 14º mês consecutivo abaixo dos 50 pontos, sinalizando que os estoques estão abaixo do nível planejado pelas empresas.

Apesar do cenário atual, as expectativas para o primeiro semestre de 2025 são positivas, com a sondagem apontando uma intensificação do otimismo. Os indicadores de expectativa de demanda, quantidade exportada, compras de matérias-primas e número de empregados aumentaram de janeiro para fevereiro e ficaram acima de 50 pontos, indicando uma visão mais favorável para os próximos meses.

A pesquisa da CNI consultou 1.453 empresas, sendo 595 pequenas, 514 médias e 344 grandes, entre os dias 3 e 12 de fevereiro.

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