Informação foi dada pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick

Em uma ousada mudança no sistema de imigração dos Estados Unidos, o Secretário de Comércio Howard Lutnick revelou, no podcast “All In” da última quinta-feira (20), a venda de mil “Gold Cards” de imigração, cada um avaliado em US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 28,66 milhões), somando US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28,66 bilhões) em uma única semana. O programa, que substitui o tradicional visto EB-5, foi proposto pela administração de Donald Trump como uma nova via para obtenção de cidadania e residência nos EUA.

Segundo Lutnick, o “Gold Card” tem como objetivo oferecer benefícios semelhantes aos do “green card” tradicional, garantindo a residência permanente no país. Contudo, diferentemente de outros programas de imigração, o “Gold Card” não permite a cidadania automática, já que os portadores seriam isentos da tributação global imposta aos cidadãos norte-americanos, o que, segundo o secretário, seria um fator desestimulante para a maioria dos imigrantes que optariam por não adquirir a nacionalidade.

A nova proposta, que entrou em vigor em fevereiro de 2025, busca não apenas atrair investimentos estrangeiros, mas também oferecer uma solução para a crescente dívida nacional dos Estados Unidos. Lutnick e Trump acreditam que a venda de até 200 mil “Gold Cards” poderia gerar US$ 1 trilhão, e, em uma projeção mais ousada, a venda de 10 milhões de cartões poderia resultar em US$ 50 trilhões, valor equivalente à dívida nacional total. Esse valor seria suficiente, segundo os governantes, para aliviar o peso da dívida pública dos EUA.

O programa “Gold Card” foi inspirado por uma sugestão do empresário John Paulson, que discutiu com Donald Trump a possibilidade de comercializar vistos de imigração como um modo de captar recursos para o país. Lutnick, que ficou encarregado da implementação do projeto, mencionou que o software necessário para a gestão dos novos vistos está sendo desenvolvido pela equipe de Elon Musk, com o lançamento previsto para as próximas semanas.

Uma das principais críticas ao programa vem do fato de que o valor de US$ 5 milhões (R$ 28,66 milhões) exigido para aquisição do “Gold Card” representa um investimento consideravelmente mais alto do que o visto EB-5, que exigia um valor de cerca de US$ 1,05 milhão (R$ 6,02 milhões). Lutnick argumenta, porém, que o EB-5 era uma autorização com falhas estruturais, sujeita a fraudes e manipulações, e que o novo modelo traria mais transparência e benefícios econômicos para os EUA.

A medida, que tem gerado debates intensos nos círculos políticos e econômicos, também visa atrair mão de obra qualificada, permitindo que empresas dos EUA adquiram vistos para trabalhadores estrangeiros especializados. No entanto, o impacto dessa mudança no mercado de imigração e no futuro econômico do país permanece incerto, com muitos críticos questionando a moralidade e a equidade de um sistema que coloca o preço de uma cidadania americana a milhões de dólares.

Com poucos detalhes adicionais sobre o funcionamento do programa, a medida ainda está sendo analisada por autoridades fiscais e legais, enquanto cresce a expectativa sobre como o “Gold Card” pode transformar a paisagem da imigração e da economia dos Estados Unidos nos próximos anos.