CENÁRIO DE INCERTEZAS

Real acumula desvalorização de 21,52% em 2024

Por Redação - Em 18/12/2024 às 5:16 PM

Dinheiro, Cédulas De Real Foto Agência Brasil

Historicamente, o real tem se mostrado uma moeda vulnerável à volatilidade, com desvalorizações em 15 dos últimos 25 anos FOTO: Agência Brasil

O dólar segue pressionado, refletindo o cenário de incertezas em torno das contas públicas do Brasil. Nessa terça-feira (17), a moeda norte-americana chegou a atingir R$ 6,20, mas perdeu força ao longo do dia, encerrando o pregão acima de R$ 6,09, renovando, no entanto, a máxima histórica do ano.

A moeda brasileira acumula uma expressiva desvalorização de 21,52% em 2024, conforme aponta o índice Ptax — a taxa de referência para contratos denominados em real no mercado externo. Este desempenho coloca o real como a quinta moeda mais desvalorizada nos últimos 24 anos, situando-se perto dos níveis observados durante a crise da pandemia de Covid-19.

Especialistas destacam que a pressão sobre o câmbio é alimentada pela desconfiança do mercado quanto à trajetória das contas públicas. O pacote fiscal divulgado no final de 2023, que visava tranquilizar investidores, não foi suficiente para gerar confiança. Além disso, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve as taxas de juros elevadas ao longo do ano, o que atraiu investimentos para os títulos do Tesouro americano, pressionando moedas emergentes, como o real.

Historicamente, o real tem se mostrado uma moeda vulnerável à volatilidade, com desvalorizações em 15 dos últimos 25 anos. As maiores quedas coincidiram com crises políticas, recessão e eventos globais, como a pandemia. No entanto, apesar do cenário negativo, analistas apontam que a moeda brasileira tem potencial para se recuperar em períodos de ajustes econômicos internos e melhora no ambiente global.

A expectativa para 2025 é de que o desempenho do real dependa de uma política fiscal mais robusta, de um ambiente externo menos restritivo e do crescimento mais acelerado da economia brasileira. A mensagem é clara: a resiliência cambial do Brasil ainda exige ajustes estruturais e uma gestão econômica mais previsível para restaurar a confiança do mercado e estabilizar o câmbio.

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