Um levantamento realizado pela Secretaria de Turismo do Ceará (Setur-CE) revela que a alta estação turística deste mês marca uma forte recuperação da atividade no Estado, com crescimento nos principais índices. O maior destaque foi para a receita gerada que deve passar de R$ 1,61 bilhão em julho de 2021 para R$ 2,92 bilhões em igual mês deste ano, representando uma expansão de 81,15%.

Avenida Beira Mar e Feirinha foram completamente requalificadas              Foto: Divulgação

A receita turística também apresenta esse expressivo percentual de crescimento, ao passar de R$ 923,9 bilhões em julho do ano passado, para R$ 1,67 bilhão este mês. Também merece destaque na pesquisa da Setur-CE a demanda turística para o Ceará, que subiu de 288.724 pessoas nas férias de julho de 2021, para 478.185 este ano, ou uma expansão de 65,62%, demonstrando que a divulgação do destino está sendo bem executada por suas equipes em feiras, congressos, convenções e workshops no Brasil e exterior.

Comprovando o fato de que devido à alta dos preços dos combustíveis e estar ocorrendo uma alto no número de casos de Covid-19 em todo o País, com as pessoas estão preferindo neste primeiro momento a realização de viagens dentro do próprio Ceará ou com turistas vindos de estados próximos, via terrestre, a movimentação na Rodoviário de Fortaleza registrou alta de 45,58%, ao saltar de 151.804 passageiros em julho de 2021 para 221.000 este mês.

De acordo com o titular da Setur-CE, a alta do dólar e dos preços das passagens aéreas ainda estão atrapalhando o turismo no Estado, pois o Ceará estaria com um desempenho muito melhor. “Acredito que poderíamos ter cerca de 30% a mais de turistas no Estado neste mês, isso apenas com relação ao turismo doméstico. E ainda estamos com um volume reduzido de voos internacionais”, disse Arialdo Pinho, com base em dados obtidos juntos ao Fortaleza Airport e os aeroportos regionais de Aracati, Jericoacoara e Juazeiro do Norte.

Arialdo Pinho disse que setor aéreo global enfrente falta de mão de obra

Além disso, ele ressaltou que o mundo está enfrentando a falta de mão de obra nos setores turístico e aéreo, provocado pela pandemia de Covid-19, o que tem atrapalhado a expansão do turismo internacional. Isso afeta toda a cadeia em escala global, e o Ceará está inserido nessa situação, por sediar o Hub Nordeste das companhias Air France, Gol e KLM, bem como receber voos oriundos de países como Portugal, Espanha, Argentina, Estados Unidos, dentre outros.

“Atualmente temos apenas dez voos vindos do exterior por semana, mas até o fim do ano deveremos alcançar entre 18 a 20 semanais, o que é uma vitória. E estamos trabalhando para retornar aos 48 voos internacionais por semana, mas isso depende de vários aspectos econômicos e operacionais, que devem ocorrer até o fim de 2024. Mas vale lembrar que 2019 foi o melhor ano para o turismo e estávamos em franco crescimento”, destacou o secretário.

Apesar desse cenário turbulento no setor aéreo mundial, o movimento de passageiros nos quatro principais aeroportos cearenses deve registrar uma expansão de 40,99%, passando de 475.637 pessoas em julho do ano passado, para um total de 670.600 passageiros este mês, de acordo com o levantamento realizado pela Setur-CE.

“As pessoas estão ávidas por viajar, após cerca de dois anos de pandemia, em que praticamente ficaram presas em suas casas. E o Ceará é um dos destinos mais procurados do Brasil, por inúmeros motivos. E se o valor das passagens aéreas estivesse mais baixo, com certeza teríamos um volume de turistas domésticos significativamente superior”, salientou Arialdo Pinho.

Jericoacoara é uma das praias mais procuradas por turistas do Brasil e exterior que viajam para o Ceará todos os anos