VANTAGENS COMPETITIVAS

Representantes da Alemanha debatem os potenciais do Ceará na geração de H²V

Por Marcelo - Em 16/03/2023 às 7:33 PM

Carlos Prado falou do trabalho para desenvolver a indústria no Estado

Uma delegação formada por representantes de associações da Alemanha voltadas ao mercado de Hidrogênio Verde (H²V) esteve nesta quinta-feira (16), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), para discutir as potencialidades do Ceará na geração de energias renováveis e, em especial, o H²V, do qual pode se transformar no maior polo produtor mundial. O evento foi organizado pela Câmara Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), e os executivos alemães foram recepcionados pelo 1º vice-presidente da FIEC, Carlos Prado, na Casa da Indústria.

 

Na abertura do evento, ele falou sobre o trabalho que tem sido realizado pela entidade, no sentido de promover o desenvolvimento industrial no Ceará. “A FIEC tem trabalhando incansavelmente para fomentar o diálogo entre investidores, poder privado e poder público, criando oportunidades de negócios que possam fazer a indústria do nosso Estado crescer cada vez mais. A FIEC tem como objetivo principal a construção de um ambiente de negócios favorável a investimentos que venham propiciar o desenvolvimento da indústria cearense. Esperamos que a parceria entre Brasil e Alemanha continue”, afirma Carlos Prado.

 

Salmito lembrou que o Ceará tem vantagens competitivas naturais

Por sua vez, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Ceará, Salmito Filho, destacou que o governador Elmano de Freitas segue no melhor da governança pública, garantindo a continuidade de políticas de estado, que é uma das principais marcas do Ceará. “Com a transição energética e a mudança de paradigma que o mundo passa, em especial a Alemanha, podemos endossar a fala do vice-presidente Carlos Prado, que o Ceará tem as vantagens competitivas naturais para a produção de energias renováveis, e combustível verde, especificamente Hidrogênio Verde, certamente algumas das melhores do planeta”, destaca.

 

A gerente do Centro Internacional de Negócios, Karina Frota, fez uma apresentação do CIN, bem como do IEL Ceará, Sesi e Senai Ceará. “O CIN tem como missão promover a internacionalização das empresas cearenses, oferecendo soluções e serviços para facilitar a atuação das empresas no mercado externo. Referência em comércio exterior no Ceará, fomentamos a geração de negócios internacionais, contribuindo para o desenvolvimento econômico do Estado, através de parcerias com instituições públicas e privadas”, ressaltou.

 

Vantagens do Ceará

 

Joaquim Rolim salientou todas as potencialidades existentes no Ceará

O secretário-executivo da Indústria da SDE, Joaquim Rolim, apresentou as bases da Indústria do Hidrogênio Verde no Ceará e como o Estado está pronto para contribuir com a produção do combustível do futuro, começando por sua localização estratégica frente aos grandes mercados consumidores globais, representando uma grande vantagem logística. Destacou a relevância do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, um terminal offshore de classe mundial, que conta com a parceria do Porto de Roterdã. Também a Zona de Processamento de Exportação (ZPE-Ceará), que garante incentivos fiscais para as empresas que ali se instalarem, além de muita segurança jurídica. Falou também sobre o Hub Aéreo, cujo Fortaleza Airport é administrado pela Fraport, uma empresa alemã, e o Hub Tecnológico, com 18 cabos submarinos de fibra óptica chegando aqui.

 

“Nas energias renováveis, temos no Ceará e no Nordeste uma capacidade imensa de produção. Em energia eólica, mas de 2,5 gigawatts de capacidade instalada, e mais 2,1 GW contratados e em processo de implantação. O Ceará é um dos melhores lugares do mundo para produção de energia dentro do mar (offshore). Temos a produtividade, indicada pelo fator de capacidade médio de 62%, sendo que a média dos parques em operação fica em 40% e 43%. Isso em baixa profundidade, com ventos bem direcionados, constantes e sem rajadas. Em energia solar fotovoltaica temos 1,3 GW instalados – entre geração centralizada e distribuída. E temos 7 GW contratados em 178 projetos em fase de implantação. No caso do Hidrogênio Verde temos uma meta de produzir 1,3 milhão de toneladas em 2030”, destacou Joaquim Rolim.

 

O consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço, ressaltou que o Ceará sempre teve um pioneirismo na geração de energias renováveis, trajetória que ele acompanhou de perto, e sempre com participação de empresas e o governo da Alemanha. “Inclusive o primeiro curso de Hidrogênio Verde do Brasil, oferecido aqui pelo Senai Ceará teve o apoio da GIZ. E o nosso Senai também está construindo o seu Centro de Excelência. Temos condições de produzir Hidrogênio Verde com o menor custo, para abastecer aos principais mercados globais. E uma excelente infraestrutura portuária, o Porto do Pecém, que tem parceria com o Porto de Roterdã. O maior potencial de geração de energias renováveis – eólica e solar -, está no Nordeste, e aqui no Ceará isso é gigantesco”, enfatizou.

 

Enfático

 

Werner Diwald disse que haverá uma revolução nos próximos sete anos

Dentre os representantes da delegação alemã, Werner Diwald, da Associação Alemã para Hidrogênio e Células de Combustível, composta por 170 empresas da cadeia de valor da produção, armazenamento e consumo de H2V, como BMW, Volkswagen, Daimler, Toyota, Bosch, DWW, Magna, Örsted, Airbus, Siemens, thyssemkrupp, dentre outras, foi o mais enfático. “As novas legislações ambientais vão promover uma verdadeira revolução nos próximos sete anos e reconhecemos que o hidrogênio é a energia que vai assegurar um fornecimento confiável. Tudo se acelerou com o terrível ataque da Rússia à Ucrânia. A Alemanha dependia a sua maior parte do fornecimento de gás e petróleo da Rússia. Há um ano isso foi interrompido e precisamos ainda mais de novas energias. O que está sendo feito aqui no Ceará emite sinais muito positivos”, ressaltou.

 

Ainda durante o encontro, o gerente do Observatório da Indústria, Guilherme Muchale, apresentou serviços e cases do grande centro de compilação e análise de dados, colocando a ferramenta à disposição do grupo para futuras negociações. Para fechar a reunião, líderes industriais e o reitor da Uece, Hidelbrando Soares, também fizeram apresentações sobre os trabalhos e projetos desenvolvidos visando a sustentabilidade e um futuro mais verde.

 

A delegação estrangeira foi composta por Loana Von, diretora da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha; Gianna Pedot, assessora técnica do Programa H² Brasil da GIZ; Jens Hürren, vice-presidente da AHK Rio e diretor-gerente da MAN Energy Solutions Brasil; Romuald Bittl, conselheiro e chefe do Departamento de Economia e Desenvolvimento do Distrito de Rostock; Werner Diwald, presidente do Conselho DWV; Ekaterina Esche, assessora de Comunicação Internacional BVES, e Catharina Horn, gerente do Programa Internacional de Soluções Energética da NOW Gmbh.

 

Também participaram do encontro, André Montenegro, 2º vice-presidente da FIEC; Roberto Macêdo, presidente do Sindtrigo; Roseane Medeiros, secretária de Relações Internacionais do Governo do Estado; Sérgio Lopes, superintendente de Relações Institucionais, além de empresários cearense e outras autoridades.

Representantes dos setores público e privado do Brasil e da Alemanha, durante o encontro realizado na Casa da Indústria

Mais notícias

Ver tudo de IN Business