EVENTO DA FIEC
Ricardo Amorim salienta que pandemia acelerou a digitalização da indústria
Por Marcelo - Em 06/05/2021 às 11:24 AM
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Ricardo Cavalcante, foi o anfitrião do encontro ‘Cenários – A indústria em novos tempos’, que contou com a presença do economista Ricardo Amorim. O evento online, que aconteceu na noite desta quarta-feira (5), visando estimular a discussão sobre os principais caminhos e cenários que a indústria brasileira e cearense devem tomar, frente aos desafios impostos pela pandemia.
“A atividade foi desenvolvida para nortear o futuro do setor industrial com o rico conhecimento do economista Ricardo Amorim, frente os diversos desafios que enfrentamos. Me sinto muito orgulhoso pela economia cearense ter obtido crescimento acima da média regional e nacional, nas duas fases da pandemia, graças aos esforços que a FIEC e os vitoriosos industriais do sistema têm tido. Juntos, com os subsídios necessários, como o que recebemos hoje, vamos alcançar voos ainda maiores”, afirmou Ricardo Cavalcante.
Também participaram do evento que teve uma pequena plateia presencial, devido às restrições impostas pelo distanciamento social e virtual, o 1º vice-presidente da FIEC, Carlos Prado; os ex-presidentes Fernando Cirino, Roberto Macêdo e Beto Studart, além dos diretores Administrativo e Financeiro da instituição, Chico Esteves Edgar Gadelha. E pelas plataformas digitais YouTube e Zoom, foi registrada a participação de mais de 1.120 espectadores.
Ricardo Amorim iniciou o encontro afirmando que a pandemia veio para acelerar o processo de transformação digital das indústrias, enfatizando que o momento deve ser observado como período de união de esforços e, também, espaço de grandes oportunidades. “O País nunca havia vivenciado uma contração econômica tão forte e rápida, em 120 anos. Como boa nova, entre fevereiro e maio deste ano, tivemos a mais forte expansão que a economia brasileira já viveu em sua história”, declarou, lembrando que ações como os auxílios econômicos, promoveram um aumento de renda disponível e de consumo, principalmente entre os consumidores de baixa renda.
Amorim reforçou que, neste segundo momento da pandemia, com o retorno do auxílio emergencial reduzido, o cenário de crescimento deverá ser puxado por consumidores de maior renda, com previsão de aumento na variação em +2,7% na Classe A, -0,3% na B, -1,1% na C e -5,4% nas Classes D e E. Com isso, a expectativa é que a retomada no número de empregos formais seja, principalmente, puxada por profissionais mais capacitados.
Lembrou ainda que o Ceará vem se destacando, graças aos esforços desprendidos por empresários e governos locais, quando rememorou que, durante a pandemia, o Estado tem alcançado números de recuperação acima da média do Nordeste e de todo o Brasil. O convidado compartilhou, ainda, dados industriais que vem puxando a produção física setorial em 2021, com acumulados positivos nos setores de Produtos Químicos (52.8%), Têxtil (28,5%), Calçado e Couro (18,2%), Minerais não Metálicos (14,4%) e Bebidas (9,5%).
O economista reforçou que, caso o Brasil continue fazendo o seu dever de casa no cumprimento de medidas de isolamento social, no aumento do número de vacinados e, com isso, a queda da transmissão da Covid-19, deveremos observar melhoras econômicas já a partir do mês de julho. “Mesmo na pior das hipóteses, acredito que vai acontecer uma melhora importante ao longo do segundo semestre, salvo no meio do caminho surja uma nova variante que as vacinas atuais não imunizem”, asseverou.
Sobre a valorização atual do dólar, vê o cenário como positivo, pois torna o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo, ao mesmo tempo que estimula a produção e compra interna do produto nacional, que tem menor preço frente ao importado. Comentou também que a moeda norte-americana deve iniciar um processo de queda no segundo semestre, caso o cenário atual permaneça. Sobre a inflação e taxa de juros prevê novos aumentos.
Salientou, ainda, que a economia do mundo crescerá como nunca em sua história em um único ano, em 2021, e que, em 2022, mesmo com uma desaceleração, continuará com um dos maiores crescimentos observados, com dados expressivos voltados principalmente para os mercados emergentes da Ásia e Leste Europeu. Já no Brasil, acredita que o crescimento no terceiro e quarto trimestres deste ano, compensarão as quedas dos dois primeiros.