AVALIAÇÃO DA EQUIPE DO BC

Selic deve manter trajetória de alta na próxima reunião do Copom, já em 2022

Por Marcelo - Em 14/12/2021 às 12:28 PM

A taxa básica de juros, a Selic, deve subir novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, em fevereiro de 2022. A previsão está na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira (14). A Selic registrou a sétima alta consecutiva na semana passada, indo de 7,75% para 9,25% ao ano. “Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude (1,5 ponto percentual)”, diz o documento.

Ao avaliar os riscos para inflação, o Copom ressalta que “novos prolongamentos das políticas fiscais (aumento de gastos públicos) de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada (procura por bens e serviços) e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco (relação entre risco e rendimentos de investimentos) do País”.

Ata do Copom revelou uma nova alta na Selic em fevereiro de 2022                Foto: Divulgação 

“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, acrescenta a ata.

Cenários

No documento o Copom diz que avaliou a possibilidade de fazer um ajuste maior do que 1,5 p.p. na Selic, mas decidiu manter o ritmo de ajuste. “Concluiu-se que o ritmo de ajuste de 1,5 ponto percentual, neste momento, é adequado para atingir, ao longo do ciclo de aperto monetário, um patamar suficientemente contracionista para não somente garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, mas também consolidar a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”.

Para o Copom, a decisão fará com que a inflação convirja para a meta em 2022 e em 2023. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, ressalta.

Segundo o Copom, em um cenário com projeções para a Selic feitas pelo mercado financeiro e taxa de câmbio em US$ 5,65, a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fica em torno de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 11,75% ao ano durante 2022, terminando em 11,25% anuais, e reduz-se para 8% a.a. em 2023.

Para 2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior é 5,25% e o inferior, 2,25%. A meta de 2022 é 3,50% e para 2023, é 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos. Ou seja, por esse cenário, a inflação ficará acima do limite superior da meta em 2021 e do centro da meta em 2022. (Agência Brasil)

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