ENGAJAMENTO E CONHECIMENTO

Senior Marketing Manager do McDonald’s, Carol Bichucher entrega as tendências do mercado de food service

Por Pompeu - Em 28/07/2020 às 8:00 PM

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Carol Bichucher

Logo no primeiro contato, Ana Carolina Bichucher mostra que simpatia, humildade e inteligência são apenas alguns dos principais traços de sua doce personalidade. Senior Marketing Manager das Franquias do McDonald’s no Estado do Ceará, nasceu em São Paulo, mas veio para as terras alencarinas com um ano de idade. Formada em Relações Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado e pós-graduada em Gestão de Varejo (FDC), a bela comprova que a pouca idade não é empecilho para mostrar expertise e conhecimento na área de gestão.

Rede de franquias do McDonald’s

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Carol Bichucher

Ao longo de todos esses anos, a rede de franquias do McDonald’s continua sendo referência de credibilidade e sucesso em todo o mundo. De acordo com Ana Carolina, o principal elemento para garantir tudo isso é a consistência. “Somos a maior franqueadora do mundo, mais de 33.000 pontos. Você vai para qualquer lugar do planeta e vai se sentir como no McDonald’s perto da sua casa, o branding, a operação e o valor da marca são muito fortes”, ressalta. Ainda segundo ela, outro ponto fundamental é a adaptabilidade, uma vez que cada país tem o seu próprio cardápio, que varia com o gosto e o comportamento do consumidor daquele lugar.

“O único sanduíche que é vendido no mundo inteiro é o Big Mac, e só na Índia ele é diferente, porque não se consome carne de vaca”, pontua. Outro fator de destaque é o alto investimento em treinamento de funcionários, que já entram com um plano de carreira dentro do próprio restaurante, ajudando a desenvolver e capacitar a equipe, alcançando melhores resultados. “E, por último, e extremamente importante, a filantropia e a sustentabilidade, que já são enraizados na marca. Hoje, é essencial que as marcas estejam comprometidas com alguma causa, o cliente cobra isso”, pondera.

Tendência no mercado de food service
Nesse período de pandemia, o mercado de food service precisou se reinventar, com destaque para o delivery, drive-thru e digital. Conforme a Senior Marketing Manager não há mais possibilidade de ficar fora dessas tendências. “O que deve ocorrer é a diminuição na frequência dos restaurantes e o aumento nesses serviços”. Segundo salienta, uma inovação muito em voga são as dark kitchens, bastante interessante e que tem crescido no mundo inteiro. Também conhecida como restaurante fantasma, restaurante virtual ou ainda, ghost restaurant, a dark kitchen é um estabelecimento de serviço de alimentação que oferece apenas comida para viagem, tornando-se atraente para os empreendedores já que requer um investimento muito menor do que abrir um restaurante tradicional. Nesse tipo de negócio, é necessário, apenas, uma cozinha, um cozinheiro, um produto e um contrato com um aplicativo como Uber Eats, Rappi ou iFood.

Experiência em gestão

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Para explicar as experiências que a trouxeram até o momento atual, Ana Carolina relembra uma entrevista dada por Ayrton Senna muitos anos atrás. “O repórter pergunta como ele alcançou o sucesso, como ele conseguiu chegar lá, e ele responde: oportunidade. E eu, assim como ele, tive a oportunidade de ter certos privilégios que mais de 90% da população brasileira (infelizmente) não tem”, fala. E completa: “O Ayrton continua a responder a pergunta dizendo: não importa quem você seja, de onde vem sua família, onde estudou, só se chega ao sucesso com muita dedicação, perseverança e muito desejo de alcançar os seus objetivos. E eu acredito nisso”, afirma. A jovem diz que de nada adianta estudar nas melhores escolas e faculdades se você não têm valores, não tem resiliência, não sabe trabalhar com pessoas. “Um currículo jamais define a pessoa e o profissional que você é. Podemos ver como exemplo o Steve Jobs, nem faculdade fez, provavelmente, existem pessoas mais inteligentes, com mais formações, e nunca ninguém chegou aos pés dele. É maravilhoso ter a oportunidade de poder aprender com profissionais incríveis, mas não adianta ficar só na teoria, a vida cobra a prática”, assevera.

Quando questionada sobre o que uma empresa precisa ter para conseguir crescer e se destacar no mercado, Ana é rápida na resposta: “Empresas são feitas de pessoas. Então, contrate bons profissionais e invista na capacitação dos seus colaboradores. O sucesso será sempre do tamanho da capacidade de produzir resultados de seus colaboradores. Claro que é importante planejamento, produtos e serviços diferenciados, visão, finanças e valores, mas sem boas pessoas ao seu lado (não abaixo), sinto muito, mas sua empresa irá ficar para trás”.

Empoderamento feminino

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Carol Bichucher

Há dois anos, Ana Carolina, que também ama tecnologia e inovação, passou uma semana no Vale do Silício, na Califórnia. Em São Paulo, onde morou durante 10 anos, foi convidada a ser co-founder de uma startup que tinha como propósito o empoderamento feminino. A partir desse momento, o feminismo, que ela já vinha estudando e se aprofundando, virou um propósito. “Comecei a estudar mais e ver o tamanho da importância para o mundo. O meu ‘start’ no empoderamento feminino, porém, foi ainda criança. Meus pais sempre me incentivaram, desde pequena, a ser independente. Cresci com eles me dizendo que eu deveria trabalhar para não depender de ninguém e ter as minhas conquistas”, recorda.

Desde muito nova, a jovem passava as férias da escola trabalhando no horário diurno no escritório da família para conseguir ter a mesada da semana. “Limpava até o jardim da casa para ganhar um pouco mais. Quando completei 16 anos, tirei minha carteira de trabalho e, assim, começou a vida profissional, junto com o meu pai”, orgulha-se. Conforme afima, o machismo é um problema estrutural no Brasil, assim como o racismo. Lamentavelmente, empoderamento e feminismo ainda causam certo bloqueio nas pessoas. “A verdade é que esses conceitos ainda são desconhecidos por muitos, que carregam consigo a imagem de que feminista é mulher que não se depila, odeia homens e é contra estruturas familiares. Falam que o empoderamento é a mulher mandar no homem e assim vai”, avalia.

Panorama no Ceará

O Ceará é, atualmente, o 4º estado com o maior índice de feminicídio do País. Por essa razão, Ana acredita que precisamos com urgência falar sobre o tema, enfatizando sempre a ideia de que as mulheres necessitam ter mais renda. “Precisamos que as mulheres tenham mais renda. Quanto maior a renda, menos mortes e mais dinheiro circulando no Estado”. A frase que sempre falo é que ‘quando empoderamos mulheres, transformamos comunidades, impulsionamos negócios e aceleramos a economia de um País’.

Sinto que o governo, infelizmente, está deixando isso de lado, e é responsabilidade do poder público combater essa violência”, analisa. Estudos recentes realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmam que, até 2030, no Brasil, a participação feminina no mercado de trabalho vai crescer mais do que a masculina.

“Houve mudanças nos padrões culturais e quebras de estereótipos do papel da mulher. Hoje, já somos a maioria entre os trabalhadores com o ensino superior, e claro, conquistamos nossos direitos. Acredito sim, que mesmo que em passos lentos, vamos alcançar cada vez mais nosso espaço em vários setores”, projeta Bichucher.

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