O presidente interino do Setcarce e diretor Institucional da Fetranslog Nordeste, Marcelo Maranhão, lamentou nesta sexta-feira (15), que o preço do óleo diesel não deverá ter nenhuma alteração no Ceará, mesmo com a promulgação da lei que reduz a alíquota do ICMS para os combustíveis, gás e energia elétrica no Ceará.

Marcelo Maranhão disse que ICMS do diesel no Ceará já era de 18%                Foto: Divulgação

“Isso porque sobre o óleo diesel o ICMS já era de 18% há vários anos. No caso da gasolina, grande parte dos postos já baixaram os preços no Estado, assim como no etanol. Ainda não foi verificada a redução no valor do gás e da energia elétrica. Essa questão do diesel tem trazido sérios problemas para o nosso setor, especialmente os caminhoneiros autônomos”, disse.

Ele salientou que o preço dos combustíveis subiu muito nos últimos meses – principalmente devido à alta do dólar e ao conflito no Leste da Europa, e mesmo com o esforço realizado pelo Governo Federal, com essa questão do ICMS, e com a isenção do PIS e Cofins, não houve alteração no preço do diesel, principal insumo do setor de transporte rodoviário de cargas.

“Infelizmente as empresas do setor estão tendo de reajustar os preços dos fretes, obrigatoriamente, uma vez que os insumos também estão subindo muito. Os caminhoneiros autônomos também estão parando de rodar, pois os altos custos operacionais, estão inviabilizando a profissão”, explicou.

Para confirmar sua explicação, ele lembrou que em 2019 havia 1,1 milhão de caminhoneiros devidamente registrados na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e no final do ano passado esse número caiu para cerca de 800 mil, o que representa uma redução em torno de 24% dessa mão de obra.

Caminhoneiros autônomos estão paralisando as atividades por falta de condições

“De lá para cá, o problema só tem se agravado, pois a paralisação espontânea dos caminhoneiros está ocorrendo porque eles não têm mais condições de rodar, devido aos altos custos do diesel, pneus, manutenção dos veículos e outros gastos, o que acaba encarecendo ainda mais o frete”, advertiu.

O dirigente lembrou que ainda está sendo negociada a compensação fiscal do Governo Federal para os estados que reduzirem ainda mais a alíquota do ICMS do diesel, em troca da liquidação de empréstimos que os entes estaduais têm com a União. Mas isso eles não estão aceitando, pois a perda de arrecadação é muito grande e eles querem a compensação financeira propriamente dita.

“Temos a informação que uma distribuidora do Sul do Brasil estaria negociando a importação direta de óleo diesel da Rússia, com um preço bem abaixo do mercado, uma vez que por causa do boicote internacional, as refinarias de lá estão parando de realizar o processamento do petróleo. Mas o processo da distribuidora ainda está numa fase inicial”, completou Marcelo Maranhão.