GIGANTE CHINESA

Shein reduz avaliação para US$ 50 bilhões antes de abertura de capital em Londres

Por Redação - Em 07/02/2025 às 3:31 PM

Shein Loja On Line

A nova política tributária pode ter um impacto significativo na Shein, uma vez que a maioria dos seus produtos vendidos nos Estados Unidos se beneficiavam dessa isenção

Cercada por controvérsias e desafios regulatórios, a gigante chinesa de moda Shein está reavaliando seus planos de abertura de capital. A plataforma de varejo, conhecida por suas vendas agressivas a preços baixos, agora pretende reduzir sua avaliação para US$ 50 bilhões no processo de IPO que deve ocorrer neste primeiro semestre de 2024. A decisão de diminuir as ambições de avaliação é um reflexo de fatores que impactam diretamente a lucratividade e a escalabilidade da empresa.

Em maio de 2023, durante sua última rodada de captação, a Shein foi avaliada em US$ 66 bilhões, com a participação de fundos de investimento como General Atlantic e Mubadala. No entanto, em abril de 2022, a varejista chegou a ser avaliada em impressionantes US$ 100 bilhões. A queda na avaliação é, em parte, atribuída à mudança nas regras fiscais dos Estados Unidos, que agora, sob a administração de Joe Biden, encerram a isenção de impostos “de minimis”, que anteriormente permitia que itens importados de menor valor, abaixo de US$ 800, fossem isentos de taxação.

A nova política tributária pode ter um impacto significativo na Shein, uma vez que a maioria dos seus produtos vendidos nos Estados Unidos se beneficiavam dessa isenção. Esse cenário poderia forçar a empresa a aumentar os preços de seus produtos em seu maior mercado, gerando preocupações com a lucratividade. Em 2023, um relatório do Congresso dos EUA apontou que a Shein, junto com sua rival Temu, foi responsável por mais de 30% dos pacotes enviados ao país que se enquadravam na antiga isenção fiscal.

A perspectiva de uma avaliação mais baixa ocorre dentro de um contexto de incertezas que cercam a Shein, cujos desafios regulatórios se estendem além da política fiscal. A varejista enfrentou resistência ao tentar listar suas ações nas bolsas dos Estados Unidos, especialmente em meio a tensões geopolíticas entre os dois países e acusações de práticas trabalhistas irregulares, incluindo alegações de trabalho forçado em suas fábricas. Esse contexto gerou preocupação entre investidores institucionais, que temem os danos à reputação da marca da Shein, especialmente em relação à sua possível listagem na London Stock Exchange.

Após o obstáculo de uma possível listagem nos EUA, a Shein optou por buscar o mercado londrino, protocolando em junho de 2024 sua solicitação confidencial de abertura de capital junto à Financial Conduct Authority (FCA), órgão regulador do mercado financeiro do Reino Unido. Contudo, até o momento, a FCA não aprovou o pedido de IPO, gerando mais incerteza sobre o futuro da varejista.

A reavaliação da Shein é mais um capítulo de sua história de crescimento explosivo, mas também de constantes controvérsias e obstáculos regulatórios. Com o mercado global de varejo de moda em transformação e as pressões sobre o modelo de negócios da Shein, a empresa terá que navegar cuidadosamente por um cenário econômico e político desafiador enquanto tenta garantir seu lugar na bolsa de valores de Londres.

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