ENERGIA EM PAUTA
Sindienergia-CE debate investimentos em linhas de transmissão no Ceará e no Nordeste, e principais demandas do setor
Por Marcelo - Em 27/05/2022 às 5:17 PM
As perspectivas positivas em torno do futuro do setor energético brasileiro e cearense, a troca de ideias e o aprendizado marcaram os debates da 17ª edição do Energia em Pauta, realizado pelo Sindienergia-CE, em parceria com a FIEC e o Sebrae Ceará. A discussão ocorreu no Observatório da Indústria, na tarde desta quinta-feira (26), estendendo-se para a noite e sendo transmitida ao vivo no canal do Sindienergia no YouTube.
Tendo como tema central “Linhas de transmissão: investimentos previstos no Plano de Desenvolvimento Energético – PDE 2031”, a abordagem teve contribuições de grandes nomes do setor de energia: Reive Barros dos Santos, diretor de Engenharia da Chesf; Erik Eduardo Rego, diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, e Armando Abreu, presidente da Qair Brasil. A moderação dos debates foi realizada por Luis Carlos Queiroz, presidente do Sindienergia-CE e CEO da B&Q.
“Esse é o momento de pensarmos o Brasil daqui pra frente, para o futuro, porque energia é a base de tudo”, antecipou Luis Carlos, apontando a necessidade de exploração do potencial energético do Ceará, de maneira sustentável, protegendo o meio ambiente e reutilizando áreas do Estado suscetíveis à desertificação. O presidente do Sindienergia-CE também apresentou as alternativas em linhas de transmissão previstas para escoar a energia produzida no Ceará e Nordeste brasileiro.
Reive dos Santos, por sua vez, abordou os avanços e desafios postos ao setor, sobretudo ligados ao planejamento de gestão, escoamento pelas linhas de transmissão e geração de energia. “Tendo em vista esse potencial do Nordeste, temos que planejar muito bem as ações, mas há uma dificuldade de saber onde investir com as linhas, devido a aleatoriedade na geração, porque isso depende do investidor. O planejamento depende dos pontos de geração. Isso deve estar muito bem alinhado”, apontou.
Erik Rego concordou e destacou a velocidade com que os parques solares são erguidos, por exemplo, no intervalo aproximado de um ano, o que os torna “invisíveis” muitas vezes ao planejador. “Um ano, considerados os prazos de planejamento, é muito rápido. Geração e planejamento da transmissão devem ser alinhados”, defendeu, ao citar que o Brasil, com os investimentos feitos, deverá dobrar a capacidade de escoamento da energia solar e eólica nos próximos dois anos.
Infraestrutura
Já Armando Abreu reforçou a necessidade de investimento em maquinários, infraestrutura e capacitação para que aquilo que foi planejado possa ser concretizado. “Como investidor, posso afirmar com muita tranquilidade que não temos, no Brasil, disponibilidade de máquinas, painéis, turbinas e infraestrutura suficientes para entregar esse investimento dentro do prazo. Esse é um problema e é algo que precisaremos enfrentar muito em breve”, alertou.
Além disso, seguindo o propósito de ser um ambiente voltado também para a discussão presencial e troca de ideias entre empresários e membros das áreas interessadas no setor de energia, o evento recebeu também representantes da diretoria do sindicato e do Núcleo de Energia da FIEC; o presidente do Movimento Solar Livre, Hewerton Martins, e empresários do setor, como Lauro Fiúza, do Grupo Servtec. Todos também contribuíram com opiniões para enriquecer a discussão.
Os participantes foram unânimes ao falar do enorme potencial cearense e nordestino e de como os novos investimentos em linhas de transmissão devem priorizar essa região brasileira e suas energias renováveis. Além disso, o grande potencial previsto deve atender com facilidade à demanda brasileira, havendo um volume excedente para exportação.