O mercado imobiliário de Fortaleza e sua Região Metropolitana poderá movimentar este ano, em todas as categorias – residencial vertical, residencial horizontal, salas comerciais e segunda moradia (imóveis de praia) -, cerca de R$ 7 bilhões. Deste total, R$ 5 bilhões serám comercializados apenas na capital cearense, e os outros R$ 2 bilhões em municípios como Aquiraz, Caucaia, Eusébio e Maracanaú. Além disso, o Índice de Velocidade de Vendas Líquidas (IVV) atingiu uma média de 8,3% neste primeiro semestre, o que é muito representativo.

Sérgio Macêdo destacou os excelentes números registrados pelo mercado imobiliário da RMF                                        Fotos: Davi Farias/Sinduscon-CE

Esta é a expectativa do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), levando em consideração os resultados apresentados nesta quinta-feira (8), pelo diretor de estatística da entidade, Sérgio Macêdo, durante a reunião da Comissão de Pesquisas (CPES). Os números do mercado imobiliário cearense no primeiro semestre, segundo ele, foram impressionantes pois registrou 6.906 unidades vendidas e um valor geral de vendas (VGV) de 3,56 bilhões.

“O mercado imobiliário da Região Metropolitana de Fortaleza impressiona, com números considerados espetaculares. Mas isso ainda não se reflete no rosto dos incorporadores. Nossa amostra analisou 327 empreendimentos, de 148 construtoras que atuam na RMF. Foram registrados 19 lançamentos em Fortaleza e 21 nos quatro principais municípios de sua Região Metropolitana, mostrando a pujança desse mercado. Houve 58% de alta no volume de lançamentos e de 18% nas vendas na Capital”, revela.

O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias de Sousa, recebeu os cumprimentos pelo seu aniversário e também comemorou os excelentes números registrados na RMF de janeiro a junho deste ano. “Estamos vivendo o melhor ano dos últimos oito anos do mercado imobiliário. Isso se deve pela velocidade de vendas do segmento econômico, pois há um déficit muito grande nas moradias de interesse social. Houve o novo programa Minha Casa Minha Vida, lançado no ano passado, com taxas de T.R. mais 4% ao ano, o que é excelente. O Governo do Estado lançou este ano o programa Entrada Moradia Ceará, que também está ajudando a alavancar as vendas do nosso setor, e já está com 4.200 imóveis cadastrados na base. Acreditamos que isso deve ampliar entre 10% a 15% as vendas do mercado imobiliário neste segundo semestre na nossa RMF”, explica.

Patriolino Dias acredita no recorde de vendas na RMF este ano

Ele lembrou que após a pandemia houve um crescimento do total de pessoas que integram as classes média e alta voltando a adquirir imóveis, devido à queda dos juros, e isto permaneceu este ano. “Tínhamos uma expectativa que a Selic pudesse chegar a 9% ao ano, o que seria excelente para nós. Mas mesmo a 10,5% de juros anuais, ainda existe apetite para a aquisição da casa própria ou para investimento. Acredito que neste segundo semestre devemos ver novos lançamentos, mas sem excessos, para não encharcar o nosso mercado. E, geralmente, o desempenho do segundo semestre é melhor do que o do primeiro, por isso nossa expectativa é muito positiva”, ressalta.

O presidente do Sinduscon-CE informou, ainda, que outro município da RMF está com o seu mercado imobiliário aquecido, mas com pequenas construtoras e volumes menores de unidades, mas que deve ser observado com mais atenção nos próximos meses, que é Itaitinga. Muitas empresas estão se instalando ao longo da BR-116, fazendo com que as pessoas busquem moradias nas proximidades. “As pessoas querem morar perto de onde trabalham. Ninguém quer enfrentar uma hora em transporte. Se elas estão trabalhando naquela área, querem morar lá. Ao lado da BR praticamente não tem mais terrenos disponíveis e os preços são altíssimos, então, a busca se espalha pelo seu entorno, como Itaitinga, Horizonte ou Pacajus”, completa Patriolino Dias.