O Brasil projeta exportar cerca de 235,5 mil toneladas de suco de laranja para os Estados Unidos na safra 2024/25 FOTO: Freepik

O aumento das tarifas de importação de suco de laranja, imposto pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um sério desafio para os exportadores brasileiros. Com a nova tarifa de 10% aplicada sobre os produtos do Brasil, estima-se que o impacto adicional para os produtores brasileiros será de cerca de US$ 100 milhões anuais. Esse aumento de custo afeta principalmente as exportações de suco concentrado ou congelado, que já enfrentam uma tarifa de US$ 415 por tonelada.

Esse acréscimo nos custos ocorre justamente quando o Brasil projeta exportar cerca de 235,5 mil toneladas de suco de laranja para os Estados Unidos na safra 2024/25. No ano anterior, as exportações brasileiras de suco de laranja renderam aproximadamente US$ 880 milhões, mas o novo cenário de tarifas poderá diminuir ainda mais a competitividade do suco nacional no mercado americano.

A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) manifestou preocupação com a medida, destacando que a tarifa imposta pelos Estados Unidos desconsidera a complementaridade histórica entre a produção de suco de laranja brasileira e a indústria da Flórida, também uma grande produtora de sucos. A associação lamenta que a decisão não tenha levado em conta o impacto negativo nas relações comerciais de longo prazo com as empresas engarrafadoras americanas.

A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) também se posicionou contra a medida, destacando que o Brasil responde por grande parte das compras de suco de laranja resfriado e concentrado dos Estados Unidos. A aplicação dessa tarifa coloca o Brasil em desvantagem, limitando sua competitividade em um mercado dominado por produtores locais e dificultando a entrada de sucos de outras regiões, como a Ásia e a Europa.

Além do aumento nas tarifas, o setor de suco de laranja no Brasil já enfrenta uma queda drástica nos preços dos contratos futuros na Bolsa de Nova York, que recuaram mais de 50%. Esse cenário de incerteza torna ainda mais difícil para os exportadores brasileiros manterem sua posição no mercado global. Caso a tarifa se mantenha ao longo de 2025, o impacto financeiro será substancial, comprometendo ainda mais a competitividade do Brasil no mercado internacional de suco de laranja.