COMBUSTÍVEL LIMPO

‘TCE Debate’ analisa principais desafios e perspectivas do Hub de H²V no Pecém

Por Marcelo - Em 25/07/2024 às 8:02 PM

O Tribunal de Contas do Ceará (TCE-CE) realizou nesta quinta-feira (25), o seu encontro ‘TCE Debate’ com o tema ‘Hidrogênio Verde: Desafios e perspectivas’, no plenário do Edifício 5 de Outubro, com o apoio do Instituto Rui Barbosa (IRB). O pesidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, foi um dos convidados do evento, junto com o senador Cid Gomes e o diretor Executivo Jurídico do Complexo do Pecém, Juvêncio Viana.

Comandado pelo presidente do TCE-CE, Rholden Queiroz, e o conselheiro Corregedor Edilberto Pontes, o encontro abordou os esforços da indústria e do poder público para a implantação do Hub de Hidrogênio Verde (H²V) no Estado. Além da aprovação do projeto de lei que regulamenta a produção do combustível de baixa emissão de carbono no Congresso Nacional, estabelecendo incentivos fiscais para as empresas que atuarão no setor.

Ricardo Cavalcante, Cid Gomes, Edilberto Pontes, Rholden Queiroz e Juvêncio Viana no ‘TCE Debate’

O presidente da FIEC apresentou dados sobre a situação climática global, alertando para a necessidade de transição energética. Nesse contexto, o Ceará desponta como um dos principais players mundiais na geração de energias renováveis, que serão utilizadas na produção do H²V. “Esse tema vai ser permanente nos próximos dez anos no Estado. Precisamos descarbonizar o planeta e mudar a forma como estamos produzindo. E o Ceará, com o Hub do Hidrogênio Verde, tem uma participação muito importante nesse processo”, afirma Cavalcante .

O Hub de Hidrogênio Verde foi lançado em 2021 a partir de uma parceria entre a FIEC, o Governo do Estado, o Complexo do Pecém e a Universidade Federal do Ceará (UFC). Até o momento, 38 empresas assinaram memorandos de entendimento para operarem na região, com investimentos já declarados que chegam a cerca de US$ 30 bilhões. Um dos desafios será formar profissionais qualificados que atuem no segmento. A previsão é que a indústria de H²V demande mais de 50 mil trabalhadores nos próximos anos.

Ricardo Cavalcante explicou detalhes do projeto do Hub de H²V no Pecém

Paralelamente, novos parques eólicos e usinas de produção de energia solar fotovoltaica serão construídas no Estado, para gerar a energia necessária para a realização da eletrólise da água, a fim de produzir o H²V, necessitado de mão de obra qualificada. “Essa é uma transformação muito grande para o Estado, principalmente para as pessoas, que vamos precisar capacitar para terem empregos. E isso é um grande desafio que a federação tem, com o Sesi e o Senai Ceará, que qualificam os profissionais que irão trabalhar nessa indústria”, complementa Ricardo Cavalcante.

Parceria relevante

O presidente e o conselheiro do TCE-CE enalteceram o trabalho da FIEC e de Ricardo Cavalcante para a implantação do Hub no Ceará e a importância da parceria entre poder público, iniciativa privada e a academia. “O Ceará tem condições climáticas adequadas para gerar esse tipo de energia e a infraestrutura energética necessária para produzir o H²V. Além desses dois fatores, temos o fator humano, talvez o mais importante, que é uma coesão entre a política, a economia, aqui representada pelo presidente da FIEC, e a academia, buscando juntos, estabelecer o Ceará como fórum para essa aposta no futuro”, destaca Rholden Queiroz.

Com a aprovação, este mês, do projeto de lei que cria o Marco Legal do Hidrogênio de Baixo Carbono, Edilberto Pontes afirmou que o debate sobre o tema deve ser cada vez mais fortalecido. “A transição energética e o Hidrogênio Verde como elemento central são uma agenda não apenas do Ceará e do Brasil, mas também internacional”, avalia o corregedor. “Por isso decidimos trazer três atores muito relevantes para o discutir o tema: o senador Cid Gomes, que liderou politicamente esse movimento no Congresso Nacional; o Juvêncio Viana, diretor do Complexo do Pecém, o hub que vai receber os investimentos aqui no Estado, e Ricardo Cavalcante, talvez a autoridade mais entusiasmada e que tem liderado as discussões”, completa.

Regulamentação

Cid Gomes atuou fortemente para  a aprovação da proposta de regulamentação do H²V no Congresso Nacional

Presidente da Comissão Especial do Hidrogênio Verde no Senado Federal, o parlamentar cearense apresentou a proposta de regulamentação. Aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, o projeto aguarda a sanção do presidente Lula. “O projeto trata do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, e para produzir esse Hidrogênio, existem vários itinerários. O Hidrogênio Verde é um deles, e alguém vai precisar subsidiar. Hoje, existem grandes players mundiais, como a Alemanha, que está disposta a fazer isso. Aí, entra o Ceará, que fez muito boa relação por conta das nossas dádivas de sol e vento, da nossa produção nessas áreas e da nossa capacidade de ampliação. Como temos um porto, um retroporto e uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação), somos o lugar ideal no mundo para atrair grandes investimentos”, assevera o senador Cid Gomes.

Para o diretor Executivo Jurídico do Complexo do Pecém, o destaque do Ceará no cenário da transição energética é resultado da união de condições naturais favoráveis e dos esforços para construir um ambiente propício aos investimentos. “O Governo do Estado, especialmente em 2017 e 2018, passou a implementar um Hub aéreo, um Hub de cabos submarinos e um Hub portuário. Desde aqueles anos, já foi se preparando o ambiente para esse grande momento, que é a hora de trocar o petróleo tradicional por uma energia verde”, comenta. “É uma mudança de paradigma, porque temos toda uma situação energética consolidada e vamos ter que migrar para outra. É um grande desafio, mas, sem dúvida nenhuma, estamos todos trabalhando muito para isso”, acrescenta Juvêncio Viana. (Com Gecom FIEC)

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