INTERFERÊNCIA DO GOVERNO

Troca do presidente da Petrobras derruba ações da empresa na B3 e em Nova York, podendo levar à falta de diesel no Brasil

Por Marcelo - Em 24/05/2022 às 9:36 PM

A troca do comando da Petrobras, determinada pelo Governo Federal, que é o acionista majoritário da companhia, teve forte repercussão negativa no mercado nacional e internacional. Tanto que as ações da petroleira tiveram uma queda de 2,85% na B3, e na Bolsa de Nova York os papéis da empresa desabaram 3,86%.

Por meio de uma nota, a Petrobras ressaltou ter recebido uma comunicado oficial do Ministério de Minas e Energia, para a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária, visando destituir José Mauro Coelho, que estava na presidência da companhia há 40 dias, e já indicando Caio Paes de Andrade para assumir o cargo.

Mudanças do comando da Petrobras azedam o humor do mercado                   Foto: Divulgação

A insatisfação do Governo Federal com os preços dos combustíveis teria sido o principal motivo da demissão de Coelho, mas o mercado não viu com bons olhos essa mudança, uma vez que revela um elevado grau de interferência estatal no controle administrativo da empresa. E isso eleva o grau de risco da empresa no mercado financeiro.

Essa decisão teria partido do próprio presidente Jair Bolsonaro, que quer um barateamento dos preços dos combustíveis no País, destacando que a companhia poderia reduzir seus lucros para poder reduzir o valor da gasolina e do óleo diesel nas refinarias.

A resistência por parte dos gestores da petroleira seria uma provável falta de diesel nos postos, principalmente no terceiro trimestre, devido ao aumento da demanda pelo combustível tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Aqui, o problema seria a safra do milho, cujo transporte é feito principalmente por meio rodoviário.

A invasão da Ucrânia pela Rússia também reduziu os estoques de diesel mundo afora, o que levou algumas refinarias norte-americanas a destinarem maiores volumes para o continente europeu, ao invés do Brasil, de quem são importantes fornecedoras. E se a Petrobras reduzir seus valores frente ao conturbado mercado internacional, existe o risco iminente de falta de diesel em território nacional.

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