“Queremos um campo nivelado”, declarou Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13) um novo plano para aplicar tarifas de reciprocidade contra qualquer país que imponha impostos sobre as importações norte-americanas. A medida, que visa atacar tanto aliados quanto adversários comerciais, foi descrita pela Casa Branca como uma forma de fortalecer a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos.

“Queremos um campo nivelado”, declarou Trump a repórteres no Salão Oval, ao detalhar o esquema tarifário. O presidente foi questionado sobre a possibilidade de países do Brics, grupo do qual o Brasil faz parte, enfrentarem tarifas de 100% caso decidam “brincar com o dólar”. Em resposta, Trump afirmou que “se alguma negociação for aprovada, a tarifa será de 100%, no mínimo”.

As tarifas, que ainda não entram em vigor, devem começar a ser aplicadas nas próximas semanas, conforme a equipe comercial e econômica do governo americano finaliza análises bilaterais. Howard Lutnick, indicado por Trump para secretário do Comércio, afirmou que os estudos sobre as relações comerciais serão concluídos até 1º de abril.

O presidente, que em sua campanha prometeu reduzir os preços ao consumidor, reconheceu que as tarifas podem causar um aumento nos custos a curto prazo, mas defendeu que “tarifas são ótimas”. A medida também pretende lidar com questões como superávits comerciais elevados, tarifas altas e barreiras não tarifárias, como subsídios governamentais e políticas cambiais, que dificultam o comércio dos EUA com alguns países.

Trump está focado em provocar negociações, visando reduzir tais barreiras. Em um tom conciliatório, uma autoridade da Casa Branca afirmou que o presidente estaria disposto a remover as tarifas caso outros países adotem o mesmo comportamento. “O presidente está mais do que contente em derrubar tarifas, se os países quiserem derrubá-las”, disse a fonte.

Entre os países que devem ser mais impactados estão China, Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia. Trump também indicou que as tarifas poderão ser adaptadas para cada caso, embora a possibilidade de uma tarifa global não tenha sido descartada.

Este movimento é parte de uma estratégia maior para corrigir o déficit comercial dos Estados Unidos, que, segundo a Casa Branca, foi exacerbado pela falta de tarifas recíprocas. O governo americano espera que a iniciativa leve a um ajuste nas práticas comerciais internacionais.