APONTA CNC

Uso do cheque especial atinge menor nível desde 2010

Por Redação - Em 11/06/2024 às 12:20 AM

Real Moeda Brasileira

A pesquisa da CNC revela que as famílias continuam aumentando sua demanda por crédito, aproveitando o menor custo com juros

O uso do cheque especial terminou maio em 3,9%, o menor índice desde 2010, quando a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) iniciou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Em abril daquele ano, foi registrada a maior taxa da série histórica, quando essa modalidade de dívida chegou a 9,5%. Com a taxa de juros do cheque especial em relativa estabilização (variando entre 125% e 132% ao ano entre dezembro e abril de 2023), a renda média sem alteração significativa e a redução do ritmo de queda da taxa de juros, a aposta da Confederação é que há maior planejamento financeiro por parte das famílias brasileiras.

A Peic de maio registrou a terceira alta consecutiva do percentual de brasileiros endividados: eram 78,8% dos entrevistados, 0,3 ponto percentual (p.p.) a mais do que em abril e o maior desde novembro de 2022 (quando foi 78,9%). O índice está acima do nível de maio de 2023, quando eram 78,3%. Isso revela que as famílias continuam aumentando sua demanda por crédito, aproveitando o menor custo com juros. O saldo das operações de crédito para pessoas físicas aumentou 0,8% em abril, de acordo com o Banco Central, enquanto o crescimento acumulado em 12 meses acelerou de 8,6% em março para 8,9% em abril. Em relação às modalidades desse crédito, mesmo que tenha havido uma ligeira queda (0,2 p.p.), a maioria, 86,9%, está endividada no cartão de crédito.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o fato de que mais pessoas estão endividadas, mas com queda do uso do cheque especial e estabilidade na inadimplência, é um bom sinal. “O avanço no mercado de trabalho, apontado na última Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também apurada pela CNC, revela uma maior parcela da população assalariada e, assim, com mais condições de arcar com seus pagamentos”, afirma Tadros. Segundo ele, projeções da CNC mostram que o aumento do endividamento deve continuar, enquanto a inadimplência tende a se manter estável e aumentar mais perto do fim do ano.

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