A arte salva
Artista plástica cearense cria série fotográfica inspirada em pinturas famosas
Por Gabriela - Em 28/04/2020 às 4:39 PM
Enquanto as portas de museus, galerias e demais espaços voltados para a arte se mantem fechadas, as janelas do mundo virtual se abrem, com o intuito de exercer um papel fundamental neste período em que todos estão em casa: disseminar criações, despertar sentimentos, inspirar a criatividade e acalantar os corações.
Segundo a artista plástica Beatriz Soares, é em momentos como este que a arte passa a ser percebida como um instrumento de consolo e reflexão. “O contato com ela, em suas diversas formas de expressão, nos traz benefícios e leveza. É uma aliada mesmo quando sequer percebemos”, explica.
Desde que teve suas aulas de Belas Artes interrompidas na Faculdade de Granada, na Espanha, e precisou voltar para Fortaleza – onde cumpre à risca o isolamento social com a família – Bia despertou uma visão do potencial da arte quando associada a tecnologia. Assim, resolveu incorporar grandes pinturas da história ao seu trabalho e divulgar nas redes sociais.
Inspirada pelos quadros “Autoretrato”, de Tarsila do Amaral; “O filho do homem”, de René Margaritte; “Retrato do homem”, de Jan van Eyck, e “Retrato de Dr. Gachel”, de Van Gogh, a artista recriou os emblemáticos cenários e as poses, com pessoas reais, em uma série fotográfica. Ela protagonizou três deles, usando também o irmão como modelo.
“Venho buscando aliar as pesquisas para a com a vontade de criar durante o isolamento social. Posso dizer que o meu processo criativo se moldou a este momento tão inesperado e, por isso, nasceu ideias como esta”, revela a artista.
Participando da campanha “Apreciar Sem Tocar”, inciativa da Revista Arte para divulgar diversos conteúdos, além de produções feitas durante a quarentena em uma exposição virtual, Beatriz também vem trabalhando em outras ideias, com o objetivo de fazer com que a arte continue tocando e impactando as pessoas.
“Como uma jovem de 19 anos, tenho esperança que este momento difícil passará, num futuro não distante. Ainda que deixe transformações profundas, algumas bem cinzentas, eu gosto de pensar que as telas brancas reaparecerão. Em breve, pintaremos o nosso futuro com mais cores. Ele há de ser belo”, comenta.