Luto
Atriz e cantora Jane Birkin morre aos 76 anos
Por Viviane Ferreira - Em 16/07/2023 às 11:00 AM
Jane Birkin, atriz, modelo e cantora inglesa, morreu aos 76 anos. A informação é do canal de televisão francês BFMTV. Segundo a emissora, Birkin foi encontrada morta em sua casa, em Paris, por seu cuidador. A causa da morte não foi divulgada.
A artista ficou conhecida no início dos anos 1970 por sua longa parceria romântica e artística com o músico francês Serge Gainsbourg, por sua atuação no cinema e por emprestar seu nome à luxuosa bolsa Birkin da grife francesa Hermès.
Jane Birkin era a inglesa preferida dos franceses. “Quando vejo os franceses ouvindo músicas de 40 anos atrás, sei que elas se tornaram parte da história deles. E também fazem parte da minha”, disse a artista em 2018.
Trajetória
Jane era filha do comandante da Marinha Real Dave Birkin e da atriz Judy Campbell e nasceu em Londres em 14 de dezembro de 1946. Seus primeiros papéis foram em dois filmes premiados no Festival de Cinema de Cannes: Le Knakck, de Richard Lester, em 1965, e Blow-Up, de Michelangelo Antonioni, em 1967.
Em 1968, Jane decidiu radicar-se na França, onde conheceu o cantor Serge Gainsbourg, com quem viveu uma história de amor que resultou em trabalhos de sucesso e também em polêmicas.
Seus gemidos em “Je t’ aim moi non plus” provocaram polêmica e o título chegou a ser proibido no Brasil em 1969.
Juntos, Jane e Serge trabalharam em filmes e músicas e tiveram uma filha, Charlotte. A relação amorosa que surgiu da relação profissional chegou ao fim em 1980. Segundo Birkin, Serge se tornou uma pessoa “temperamental”, viciado em álcool e cigarro e não a tratava bem. O músico causou polêmica ao colocar a filha, aos 13 anos, como protagonista do clipe de “Lemon Incest”, música que supostamente romantizava o incesto.
Apesar disso, Jane e Charlotte seguiram celebrando a arte de Serge, que morreu em 1991. Jane atuou ainda ao lado de Brigitte Bardot em “Se Don Juan Fosse Mulher” (1973) e em filmes baseados na obra de Agatha Christie, como “Morte no Nilo” (1978) e “Assassinato num Dia de Sol” (1982), além de seguir carreira com modelo e cantora, gravando 14 discos de estúdio.
Em 1984, Jean Louis-Dumas, chefe-executivo da grife Hermès, se inspirou em uma conversa que teve com a artista para criar a bolsa Birkin. A cantora encontrou Dumas em um avião rumo a Paris e, acidentalmente, derrubou o que estava guardado em sua bolsa de palha — à época, sua “marca registrada”. Na ocasião, disse a ele que precisava de uma bolsa mais espaçosa e flexível. Ali mesmo, o designer fez um rascunho da Birkin.
Hoje, a peça é um símbolo de status. Seu preço varia entre dezenas de milhares de reais, mas pode chegar à casa do milhão: um modelo de 2014 feito com pele de crocodilo mate, 205 diamantes e fechos de ouro 18 quilates foi leiloado por mais de R$ 1,8 milhão. Superexclusiva, há longas filas de espera para comprá-la.
Em 2015, porém, preocupada com a crueldade animal, a artista pediu que seu nome não fosse mais usado nas bolsas feitas com couro de crocodilo. “Depois de ter sido advertida sobre a crueldade dos métodos usados na matança dos crocodilos para a fabricação das bolsas que levam meu nome, pedi à Hermès que mude o nome da Birkin Croco”, disse, na ocasião.
Seu último trabalho foi o documentário “Jane por Charlotte” (2021), dirigido por sua filha Charlotte Gainsbourg. Nele, ambas examinam a relação entre mãe e filha. Naquele mesmo ano, Jane teve um derrame após ter problemas cardíacos, mas, segundo fontes próximas, se recuperou.
Birkin deixa duas filhas: Charlotte Gainsbourg, do casamento com o músico, e a cantora Lou Doillon, do casamento com o diretor Jacques Doillon. Birkin também era mãe de Kate Barry, fruto do casamento com o compositor John Barry. Ela morreu em 2013, aos 46 anos.