Turismo
Barcelona proíbe aluguel de apartamentos para turistas até 2028 para combater custos de moradia
Por B.L.V - Em 22/06/2024 às 1:03 PM
Barcelona, um dos principais destinos de férias na Espanha, anunciou nesta sexta-feira (21) que vai proibir o aluguel de apartamentos para turistas até 2028. A medida visa controlar o aumento dos custos de moradia e tornar a cidade mais acessível para seus habitantes.
O prefeito Jaume Collboni afirmou que, até novembro de 2028, Barcelona revogará as licenças de cerca de 10 mil apartamentos atualmente autorizados para aluguéis de curto prazo.
“Estamos lidando com o que consideramos o maior desafio de Barcelona”, disse o prefeito durante um evento municipal.
O crescimento dos aluguéis de temporada em Barcelona, a cidade mais visitada por turistas estrangeiros na Espanha, tem levado alguns residentes a não conseguirem mais arcar com os custos, com aluguéis subindo 68% nos últimos 10 anos e o preço de compra de imóveis aumentando 38%, explicou Collboni.
O acesso à habitação tornou-se uma questão de desigualdade, especialmente para os jovens, acrescentou o prefeito.
A gentrificação e a preferência dos proprietários por aluguéis lucrativos para turistas também são preocupações em toda a Europa. Governos locais, como nas Ilhas Canárias, Lisboa e Berlim, têm imposto restrições aos aluguéis de curto prazo ao longo da última década.
A ministra da Habitação da Espanha, Isabel Rodríguez, expressou seu apoio à decisão de Barcelona.
“É uma questão de fazer todos os esforços necessários para garantir o acesso a habitações a preços acessíveis”, declarou a ministra.
A plataforma de aluguel de férias Airbnb, que tem um número significativo de anúncios em Barcelona, não comentou imediatamente sobre a medida.
A Associação de Apartamentos Turísticos de Barcelona (Apatur) criticou a decisão, argumentando que isso poderia aumentar o número de apartamentos de temporada ilegais e causar impactos negativos, incluindo aumento da pobreza e desemprego.
Por outro lado, os hotéis devem se beneficiar da medida, uma vez que novos hotéis não foram abertos nas áreas mais populares da cidade nos últimos anos.
Collboni enfatizou que os 10 mil apartamentos afetados pela proibição serão destinados aos moradores da cidade ou colocados no mercado para aluguel ou venda.
O governo local de Barcelona afirmou que manterá um regime rigoroso de fiscalização para detectar apartamentos turísticos ilegais quando a proibição entrar em vigor. Desde 2016, foram ordenados o fechamento de 9.700 apartamentos turísticos ilegais, dos quais cerca de 3.500 foram recuperados para serem utilizados como moradia principal para os residentes locais.