Arte contemporânea
Cearense José Guedes expõe série de obras na Bienal NOmade, no Chile
Por Marlyana Lima - Em 20/02/2025 às 3:19 PM
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Cearense José Guedes é o único artista brasileiro que participa da Bienal NOmade, no Chile (Fotos; Divulgação)
Mais uma vez, o artista plástico cearense José Guedes está representando o Brasil na Bienal NOmade, que acontece em Panquehue, região de Valparaíso, no Chile. O evento busca entrelaçar narrativas de descentralização territorial, aprofundando uma série de reflexões sobre a arte contemporânea, examinando a visibilidade e os sistemas que a cercam.
Desde 2015, a Bienal NOmade se apresenta como um espaço em trânsito, uma coletividade múltipla que opera a partir de uma produção autônoma e independente. Trata-se de uma comunidade em movimento gerador de pensamento, abordando espaços expositivos de fronteira e institucionais. O objetivo é configurar novas formas de compreensão do formato Bienal, apoiadas em um guarda-chuva conceitual que desafia o paradigma tradicional das bienais.
Criada pelo crítico e curador equatoriano Hernán Pacurucu e pelo artista visual e curador independente chileno Víctor Hugo Bravo, a bienal conta com a curadoria de Marisa Caichiolo e tem como co-curador, o próprio Pacururu.
Nesta edição, participam os artistas Jose Guedes (Brasil), Gabriela Carmona (Chile), Angie Bonino (Peru), Victor Hugo Bravo (Chile), Tomasz Matuszak (Polônia), Danilo Espinoza (Chile), Cristian Velasco (Chile), Mariela Leal (Argentina), Boris Ordóñez (Equador) e Olmedo Alvarado (Equador).
Sobre sua participação em mais uma edição da NOmade, José Guedes comenta que é de suma importância para um artista, “ver seu trabalho fazendo sentido em outras partes do mundo e ao lado de criadores de qualidade extrema, sendo convidado por curadores consagrados que estão em estreita sintonia com o panorama internacional da arte atual”. E completa: “É uma grande motivação para que sigamos construindo uma trajetória que já passou dos 50 anos”.
Análise da obra
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Obra de José Guedes exposta na Bienal NOmade
Sobre o trabalho de José Guedes, o curador da Bienal, Hernán Pacurucu, o descreve como um “conjunto de obras que, além de estabelecer uma profunda tensão entre o balão inflado e o arame farpado que o segura, brande sarcasticamente todos os modelos de violência assistida, estruturados nas normas perceptivas da ordem estabelecida”.
E prossegue: “De tal forma que a fragilidade da esfera nos remete por um lado à doçura da inocência, mas também aos campos minados que com um só toque podem fazer explodir o passante, enquanto o arame farpado semiótico sempre nos levará ao campo de reflexão submetido aos eixos da separação, do ódio, da xenofobia, atrás de um arame farpado sempre haverá um sujeito assujeitado, um sujeito subjugado, depois de Auschwitz e Birkenau atrás de um arame farpado sempre haverá injustiça e dor”.
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