O recente aumento das taxas de juros básicas em nada tem a ver com os sinais de queda da inflação, segundo o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. O economista participou da série de debates Diálogos Capitais esta manhã, em São Paulo, ao lado do atual ministro Guido Mantega, onde afirmou que, com a política monetarista do Banco Central, o Brasil torna-se o último “peru com farofa na mesa dos especuladores internacionais, fora no Dia de Ação de Graças”.

Para Delfim, é uma atitude infantil a do governo brasileiro de se antecipar com o aumento dos juros, sendo que a inflação é internacional. “O efeito principal dessa medida é a valorização do câmbio. A inflação vem de fora, não tem nada a ver com as taxas de juros brasileiras”. Segundo o ex-ministro, mais eficaz seria aumentar o esforço fiscal, cortando principalmente a demanda do governo.

A 6ª edição dos Diálogos Capitais, série de eventos realizada pela revista CartaCapital, discute o tema “Desenvolvimento Econômico: outro quadro internacional, novos desafios”, com as presenças do ministro Guido Mantega, dos ex-ministros Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser-Pereira e do ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Yoshiaki Nakano.

Delfim Netto

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