Overtourism

Destinos turísticos para evitar em 2025 segundo a “No List” da Fodor’s

Por Paulla Pinheiro - Em 30/01/2025 às 12:01 AM

Tóquio Japão

Tóquio – Japão

A superlotação turística tem sido um dos principais debates no setor de viagens, especialmente em destinos que enfrentam desafios como infraestrutura inadequada, degradação ambiental e pressão sobre os recursos locais. Para ajudar os viajantes a repensarem suas escolhas, a Fodor’s, uma das mais renomadas produtoras de guias de viagem em língua inglesa, lançou sua “No List” 2025. Fundada em 1936 por Eugene Fodor, a marca é reconhecida por suas publicações detalhadas e orientação prática para viajantes globais, com mais de 440 guias cobrindo mais de 300 destinos.

A lista deste ano destaca locais onde o turismo em excesso tem causado impactos significativos. Entre os principais destinos apontados está Bali, na Indonésia, que enfrenta um sério problema ambiental, gerando 303 mil toneladas de lixo plástico anualmente, das quais apenas 7% são recicladas. Koh Samui, na Tailândia, é outro exemplo preocupante, tendo recebido 3,4 milhões de visitantes em 2023, o que resultou em 200 toneladas diárias de resíduos, sobrecarregando a infraestrutura local. Já o Monte Everest, na fronteira entre China e o Nepal, sofre com os impactos do turismo em alta altitude, onde o fluxo de visitantes gera cerca de 790 quilos de resíduos diários, colocando em risco o delicado ecossistema local.

Outros destinos enfrentam desafios semelhantes. Agrigento, na Sicília, Itália, tem visto o famoso Vale dos Templos, Patrimônio Mundial da UNESCO, sobrecarregado pela alta densidade de visitantes. As Ilhas Virgens Britânicas, conhecidas por suas praias paradisíacas, estão sob pressão de recursos naturais limitados, enquanto Kerala, na Índia, famosa por suas casas flutuantes e canais, lida com uma crescente degradação ambiental. Na Ásia, Kyoto e Tóquio, no Japão, estão entre os locais mais afetados pelo overtourism: em Kyoto, os bairros tradicionais, como Gion, têm enfrentado multidões crescentes, e Tóquio lida com superlotação em seus principais pontos turísticos. Em Oaxaca, no México, o turismo crescente tem pressionado os festivais culturais e a infraestrutura local, enquanto a rota cênica North Coast 500, na Escócia, enfrenta aumento de tráfego e impacto ambiental, prejudicando a preservação da paisagem.

Além desses destinos, a lista ressalta cidades europeias populares que têm adotado medidas para conter o turismo excessivo. Barcelona, por exemplo, retirou uma rota de ônibus turística para aliviar a sobrecarga no Parque Güell, e Santorini, na Grécia, implementou restrições a novas construções e cruzeiros para proteger seus recursos. O Lago de Como, na Itália, também sugere a cobrança de uma taxa de entrada para ajudar a controlar o fluxo de visitantes e proteger a região.

Embora o turismo seja uma importante fonte de renda para muitos desses locais, a dificuldade em equilibrar desenvolvimento econômico com sustentabilidade tem levado governos e comunidades locais a implementar medidas restritivas. Planejar viagens considerando esses fatores é essencial para evitar contribuições ao problema do overtourism.

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