THE WORLD

Ilhas artificiais de Dubai para ricos estão abandonadas e afundando

Por B.L.V - Em 28/06/2024 às 12:43 PM

Com a missão de reduzir a dependência do petróleo como principal fonte de recursos, Dubai investiu em diversos projetos imobiliários grandiosos. Um dos mais notáveis foi o The World, um conjunto de 300 ilhas artificiais projetadas para formar a silhueta do mapa-múndi. Destinadas a milionários, essas ilhas simbolizavam a visão inovadora e audaciosa de Dubai. No entanto, o projeto enfrentou inúmeros desafios e acabou sendo abandonado devido à inviabilidade.

O apelo visual e as possibilidades das ilhas artificiais de Dubai nasceram em 2003 e despertaram diversos olhares, visto que quem adquirisse uma das ilhas poderia construir a própria mansão e ser o único morador na ilha da Espanha, por exemplo. Não é à toa que mais da metade dessas ilhas artificiais foram vendidas antes mesmo de serem lançadas.

Com investimento inicial de 12 bilhões de libras, algo próximo a R$ 68,5 bilhões na cotação atual, o The World seria composto por pequenas ilhas artificiais de Dubai, cujo tamanho deveria variar de 1,4 a 4,2 hectares. Para construir esse empreendimento, foram usados 321 milhões de m³ de areia e 386 milhões de toneladas de pedra, abrangendo uma área aproximada de 54 km².

Contudo, apesar de 60% do seu complexo ter sido, de fato, vendido, o projeto está parado a anos, tendo em vista que as pessoas não planejam se mudar para viver nas ilhas artificiais de Dubai afundando e abandonadas. Apenas quatro ilhas foram desenvolvidas e uma delas, inclusive, é sede do projeto piloto que foi entregue ao jogador de futebol Cristiano Ronaldo.

Um dos fatores que podem ter influenciado o abandono do projeto é seu isolamento. Isso porque a viagem entre as ilhas artificiais de Dubai e o continente precisam ser feitas por via marítima, prejudicando a mobilidade.

A famosa Palmeira Jumeirah, em Dubai, por exemplo, é conectada ao continente por meio de uma ponte. Levando a exploração comercial a outro patamar, este projeto, também baseado em ilhas artificiais, consiste em um complexo formado por marinas, resorts de férias, 4 mil habitações e grandes hóteis e centros comerciais.

O maior problema é que as ilhas artificiais de Dubai afundando e abandonadas do The World estão acelerando o aparecimento dos primeiros sintomas de erosão nos canais que circulam as ilhas e na silhueta, transformando-as em terraços desertos de areia. Observando a crescente crise climática, esses tipos de iniciativas são colocados à prova. De acordo com informações do Greenpeace, as ilhas artificiais de Dubai estão afundando a uma taxa de 5 mm por ano. O que fica é o questionamento de como Dubai lidará com essa questão.

O objetivo do país para a realização deste projeto ressoa novamente em cada apresentação do NEOM: dissociar o futuro do país dos combustíveis fósseis e garantir a viabilidade a longo prazo quando a busca por petróleo e gás diminuir.

A visão dos Emirados Árabes Unidos era de encontrar um meio de substituir a sua dependência do petróleo como principal fonte de recursos. E a escolha foi o negócio imobiliário, segundo o professor Alastair Bonnett, geógrafo da Universidade de Newcastle.

É importante mencionar que além das ilhas artificiais de Dubai abandonadas, o país terá uma nova megaconstrução. Trata-se da inauguração de uma nova ilha artificial em sua costa. Batizada de The Island, a ilha terá 10,5 hectares de área e deve custar cerca de 4,4 bilhões de dirhams, ou seja, mais de R$ 5,8 bilhões.

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