Flexibilidade ou salário
Impactos iniciais da semana de trabalho de 4 dias no Brasil
Por Lorena Cabral - Em 01/05/2024 às 12:04 PM
Trabalhar menos e produzir mais: um conceito desafiador que ganha espaço no Brasil. Desde o início deste ano, 21 empresas brasileiras mergulharam no experimento da semana de trabalho encurtada, adotando o modelo 100-80-100, onde os funcionários recebem integralmente, trabalhando menos, mas mantendo a produtividade.
Os resultados preliminares, divulgados pela 4 Day Week Brazil e Reconnect Happiness at Work, revelam um quadro promissor. Profissionais relatam um aumento significativo de energia (82,4%) e criatividade (58,5%), além de uma redução notável do estresse (62,7%).
Hilmar Júnior, analista de suporte da Vockan, descreve sua transição para a nova rotina como revigorante. Com uma sexta-feira livre, ele testemunhou um aumento de produtividade e uma sensação renovada de bem-estar. “Com um dia útil adicional, consigo resolver questões pessoais, como consultas médicas, e desfrutar do final de semana com minha família”, compartilha.
Aqueles que mergulharam na semana de trabalho condensada expressam relutância em retornar à rotina tradicional. Entre os 280 colaboradores envolvidos no piloto, 26,6% afirmam que não voltariam aos cinco dias semanais, independentemente do salário, enquanto 36,8% só considerariam um retorno com um aumento salarial superior a 50%. “Vemos uma mudança de paradigma, onde a autonomia e a qualidade de vida estão sendo valorizadas”, observa Renata Rivetti, fundadora da Reconnect Happiness at Work.
Os dados até agora ecoam estudos internacionais, sugerindo benefícios tanto para a saúde dos funcionários quanto para o desempenho empresarial. “Para garantir a sustentabilidade dos negócios, é crucial priorizar o bem-estar humano e abraçar mudanças”, destaca Rivetti.