Arquitetura
Júlia Leal aposta na atemporalidade e no minimalismo em seus projetos
Por Gabriela - Em 09/02/2022 às 12:48 PM
Com seu talento, desenvoltura e inteligência, a fortalezense Júlia Leal seria uma excelente profissional da área do direito, graduação que cursou até o momento em que descobriu sua verdadeira paixão e vocação: a arquitetura. “O direito tem uma característica um pouco mais ‘engessada’, mais séria. Eu acabava me sentindo um pouco limitada, não conseguia botar para fora a minha criatividade, minha expressão. Eu amo criar, amo o universo das artes. Então o direito foi se tornando entediante, e a arquitetura me conquistou”, explica.
O início na arquitetura
Aos 24 anos e recém-formada, ela já conta com a confiança do mercado. A capital cearense é uma terra de grandes talentos nesse segmento. Por isso, para Júlia, o grande desafio foi o de conquistar seu espaço em uma cidade com tantos nomes de destaque. “Isso é uma motivação enorme para entregar o melhor trabalho e me destacar, construindo minha carreira aqui. Além do desafio de lidar com a mão de obra e gerenciar cronogramas e processos, a parte de formar uma equipe foi bem desafiadora para mim”, pontua.
A profissional diz que não existe segredo para, mesmo em meio a enorme concorrência no segmento, conquistar seu espaço com cada vez mais solidez. Conforme assevera, há lugar para todos no mercado. Cada arquiteto tem a sua linguagem, seu estilo e suas características. E o cliente busca, justamente, essa identificação. “Acredito que, quanto mais eu consigo traduzir a minha essência nos meus projetos, mais afinidade crio com o público que, de alguma forma, se identifica”, diz.
A criação do escritório
Da mesma forma que a graduação, que precisou ser concluída em meio a pandemia, a criação do escritório ocorreu nesse mesmo contexto. “O meu escritório físico surgiu em meio a pandemia. Estar isolada em casa todos os dias acabava tirando minha concentração na hora de trabalhar. Passei a sentir a necessidade de ter um espaço exclusivamente dedicado ao meu trabalho, até mesmo para conseguir estar junto com a equipe e facilitar o andamento dos projetos”. De acordo com a arquiteta, ela demorou um pouco para entender que precisava delegar funções para conseguir crescer, mas, desde que começou a contar com uma equipe capacitada e competente, tudo fluiu.
Projetos e referências
A arquitetura é uma área ampla, com várias linhas de atuação. Júlia Leal diz que sempre busca a modernidade e a atemporalidade em seus projetos, fazendo com que sejam eternos e não fiquem ultrapassados com o tempo. “Sou fã do minimalismo e também amo traduzir esse mood mais clean nos meus trabalhos”, diz. Sobre suas referências, afirma: “Minha principal referência é sempre aquilo que o meu cliente me passou. Procuro entender a sua essência, sua rotina, seus gostos, e entregar um projeto que seja compatível com tudo isso. A partir do momento que compreendo meu cliente, consigo unir as necessidades dele ao meu olhar, minha estética e a linguagem do meu escritório”. Sobre os próximos passos, nos adianta: “No momento, estamos trabalhando em alguns projetos residenciais bem bacanas que têm o nosso DNA muito bem representado. Temos várias obras rolando para serem entregues em 2022, então, tenho certeza de que será um grande ano para o nosso escritório”.
As novas demandas da arquitetura
“Acredito que hoje o conforto virou a prioridade em todos os tipos de projeto. Todos estão buscando se sentir confortáveis em suas casas, em seus ambientes de trabalho e nos ambientes que escolhem para viver momentos de lazer. Com a pandemia as necessidades mudaram. Hoje, a grande maioria dos meus clientes me procura com a necessidade de ter um espaço de home office em casa. Também tenho ouvido bastante o desejo de ter um ambiente mais aconchegante, voltando para a questão do conforto. O desafio é criar ambientes que se encaixam no contexto que vivemos hoje, mas que mantenham a sofisticação ao longo dos anos. Acredito que a decoração é o que traz a identidade do cliente para o projeto, principalmente falando sobre artes e adornos. Essa questão do morar pós-pandemia reflete muito a necessidade que temos de identificação. Os clientes querem estar em um ambiente que eles se identificam e se sentem parte, e a decoração é fundamental nisso”.