Arte e cultura
MAM São Paulo anuncia nova edição do Clube de Colecionadores com obras de André Ricardo, George Love e Lucia Laguna
Por Viviane Ferreira - Em 19/02/2024 às 3:14 PM
A nova edição do Clube de Colecionadores do Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta obras dos artistas André Ricardo (1985), George Love (1937 – 1995) e Lucia Laguna (1941). Selecionadas pelo curador-chefe do museu, Cauê Alves, as obras são produzidas em tiragens limitadas de 70 exemplares e incorporadas ao acervo do museu. O lançamento desta edição acontece em 29 de fevereiro, concomitante ao evento de abertura das novas exposições do MAM – George Love: além do tempo e Rizoma, de Rodrigo Sassi.
Cauê Alves explica que “os artistas convidados, além de contribuírem para a diversidade étnico-racial da coleção MAM, atuaram em distintas regiões do país. Trata-se de um conjunto significativo de obras para quem busca formar sua própria coleção, mas também para quem adora arte”.
Historicamente dividido entre Clube de Gravura e Clube de Fotografia, o Clube de Colecionadores do MAM São Paulo foi unificado a partir de 2021. O programa, criado há quase 40 anos, tem como objetivo incentivar o colecionismo, torná-lo mais acessível e fomentar a produção artística nacional.
A serigrafia de André Ricardo é feita a partir de pintura sem título que o artista apresenta na exposição Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira, em cartaz no museu até 03 de março. “Ao mesmo tempo que podemos relacionar sua produção com a arte construtiva geométrica, seu trabalho traz também algo de artesanal, de manual. O chamado ‘popular’ e a ‘cultura erudita’ convivem sem conflito na obra de André Ricardo. Em suas pinturas recentes, algumas referências à cultura afro-brasileira são recorrentes, mas nem sempre evidentes”, comenta o curador.
Já a fotografia de George Love evoca aquilo pelo qual o fotógrafo afro-americano mais se destacou: imagens aéreas da região amazônica. Em texto sobre a obra, o curador Cauê Alves diz que “a paisagem que mostra um rio tortuoso em tons dourados pelo reflexo não possui linha do horizonte. A imagem pode ser comparada também a um raio silencioso, uma forte descarga elétrica na atmosfera que não produz ruídos, mas pode provocar incêndios”.
Lucia Laguna integra esta edição do Clube com suas serigrafias, e ambas partem de um diálogo com o jardim com o qual a artista convive em seu ateliê, no bairro de São Francisco Xavier, no subúrbio do Rio de Janeiro. Cauê Alves comenta que, ao mesmo tempo que são linhas, as obras “são massas de cor sobrepostas, colagem de fitas com tinta acrílica que formam motivos florais. Lucia Laguna trata o resultado como desenho e colagem, já que estão próximas do universo da representação gráfica e da justaposição de elementos”.
A associação ao Clube de Colecionadores do MAM é anual e os membros recebem um conjunto de três obras, com a possibilidade de escolher entre duas opções da obra de Lucia Laguna. Além disso, a participação também garante benefícios e experiências exclusivas aos associados, como visitas mediadas.