Cruise Louis Vuitton 2025 Giovanni Giannoni

O Park Güell foi o local escolhido para o desfile de Verão 2025 da Louis Vuitton. Nicolas Ghesquière continuou sua saga arquitetônica, nos levando a descobrir (ou redescobrir) em Barcelona a loucura arquitetônica de Antoni Gaudí, um gênio que dominou a Art Nouveau, conhecida na Espanha como Modernismo, e que simplesmente faz o que quer com os materiais, especialmente a cerâmica, criando formas ondulantes e cores vibrantes. “É uma utopia”, explicou o estilista, “e é isso que me atrai sempre! Essa união entre natureza e urbanismo. Gaudí é um mundo à parte, um olhar fascinante, e, acima de tudo, a maneira singular com que um arquiteto moldou a personalidade de uma cidade.”

A apresentação começou em um ambiente impressionante, com suas 86 colunas monumentais e um teto de mosaicos deslumbrante. Os tons de areia e terra, combinando calças inspiradas nos trajes de picadores de touros, e botas de couro com franjas, criaram uma silhueta que remetia às mulheres misteriosas do deserto.

As botas, uma mistura entre as tradicionais botas de montaria e as botas de cowboy, participaram ativamente da composição dos looks. E um dos momentos mais marcantes foram as últimas passagens, com grandes volumes em saias de seda franzidas. Nicolas Ghesquière: “O que me interessou especialmente foi esse oximoro entre austeridade e extravagância, tão presente neste país. O espírito cavalheiresco. As influências mouriscas. E, mais especificamente, Zurbaran, pelas cores fantásticas, pelos incríveis drapês, esse jogo de luz e sombra, esse preto tão luminoso.” Naquele cenário dos sonhos, as cores tinham uma presença diferente ao pôr do sol. Elas queriam ser lembradas por muito tempo, queriam que falassem sobre elas. Como uma pintura.