Arte e cultura
Projeto Trajetórias Artísticas Unifor apresenta exposições de Claudio Cesar e Totonho Laprovitera
Por Viviane Ferreira - Em 08/03/2024 às 11:16 AM
A Universidade de Fortaleza – instituição da Fundação Edson Queiroz – apresenta, no próximo dia 12 de março, a partir de 19h, a abertura das exposições “Fabricando Elefantes Todos os Dias”, de Claudio Cesar, e “Colecionando Afetos”, de Totonho Laprovitera.
As mostras levam a chancela do projeto Trajetórias Artísticas Unifor, que apresenta exposições de artistas cearenses nas galerias térreas do Espaço Cultural Unifor. As mostras têm curadoria da artista plástica e arquiteta Andréa Dall’Olio Hiluy e estarão abertas para visitação gratuita a partir de 13 de março, de terças a sextas, das 9h às 19h e, sábados e domingos, das 12h às 18h.
“O Trajetórias Artísticas Unifor é uma celebração do talento local, e escolhemos Totonho Laprovitera e Claudio Cesar para inaugurar esse importante projeto. Esta iniciativa é uma afirmação da riqueza e diversidade da produção artística no Ceará, mostrando que nossa cena é pulsante e merece destaque. Convidamos todos a mergulharem no universo desses dois incríveis artistas, descobrindo suas histórias e inspirações únicas”, celebra Lenise Queiroz Rocha, presidente da Fundação Edson Queiroz.
No dia 14 de março, às 9h30, haverá palestra da curadora sobre as exposições no Núcleo Diálogos, também situado no Espaço Cultural Unifor. Participarão do momento também Totonho Laprovitera e Renata Guimarães, filha única de Claudio Cesar, que, depois do falecimento do pai em 2018, assumiu a responsabilidade pela preservação e divulgação das obras do artista. Após a apresentação, os presentes poderão fazer perguntas aos convidados e, na sequência, serão convidados a fazer visita guiada às exposições. O evento é aberto ao público.
Andréa Dall’Olio adianta que a palestra abordará os processos curatoriais das exposições de Claudio Cesar e Totonho Laprovitera, destacando como cada mostra foi concebida e desenvolvida. Serão explorados os elementos-chave de cada exposição, desde a seleção das obras até a disposição espacial dentro do espaço expositivo.
“Discorrerei sobre como busquei apresentar a trajetória pessoal e artística de cada um, oferecendo ao público uma experiência reflexiva. Cada exposição será contextualizada dentro do cenário artístico cearense. Ao final, os participantes serão convidados a refletir sobre o papel da curadoria na construção de narrativas artísticas”, detalha.
Totonho Laprovitera – Colecionando Afetos
Dedicada à trajetória de Totonho Laprovitera, “Colecionando Afetos” é uma celebração das cinco décadas de sua prolífica carreira ao contar, por meio de suas obras, a história de uma vida por meio da linha do tempo da sua produção artística.
Nesta exposição, a curadora Andréa Dall’Olio busca transcender a linearidade temporal, uma vez que a produção de Laprovitera se confunde intimamente com seus afetos e sua visão de futuro. Em vez de uma narrativa estritamente cronológica, as obras são dispostas de maneira a refletir os diversos momentos e influências que moldaram o caminho do artista, criando uma atmosfera imersiva que convida os espectadores a mergulharem na riqueza de sua expressão.
“Suas manifestações evocam memórias e inspirações de sua infância e ancestralidade, destacando a influência de seus antepassados italianos e as experiências que moldaram sua sensibilidade artística desde tenra idade. As pinturas e desenhos expostos convidam os visitantes a explorarem os recantos da mente do artista, onde passado e presente se entrelaçam em uma atração harmoniosa”, ressalta a curadora.
A exposição contempla três núcleos, nos quais as cerca de 110 obras do artista foram dispostas. A Sala Motes transporta os visitantes para o passado, narrando a história do artista por meio do seu repertório artístico e a documentação da sua carreira. Já a Sala Afetos apresenta o presente, com obras que dialogam com o outro, dedicadas às conexões emocionais e relações interpessoais que permeiam a produção do artista. Na última sala, Até a Próxima Página em Branco, os espectadores terão a oportunidade de vislumbrar o horizonte futuro através dos olhos visionários de Totonho Laprovitera.
Claudio Cesar – Fabricando Elefantes Todos os Dias
A mostra “Fabricando Elefantes Todos os Dias” presta uma emocionante homenagem à vida e obra de Claudio Cesar. A exposição propõe um mergulho em uma narrativa visual que busca mapear e unificar as obras mais representativas do artista, preservando e destacando um recorte significativo do patrimônio artístico do renomado artista.
A curadoria e expografia, assinadas por Andréa Dall’Olio, conduzem os visitantes por uma jornada envolvente e imersiva no universo surrealista de Claudio Cesar, destacando a habilidade artística do pintor, escultor e desenhista, revelando as nuances e a riqueza simbólica presentes em cada obra. Andréa revela que a mostra se apresenta como um percurso labiríntico.
“Ao adentrar em cada sala, um assunto se desdobra em múltiplas possibilidades, podendo-se observar sua compulsão pela produção, atrelada à liberdade criativa e ao olhar surrealista para sua própria história de vida. Claudio Cesar criava personagens que se repetiam, e narrativas lúdicas de suas vivências, voltando a temáticas da infância, em meio a tramas conturbadas e devaneios, mesmo contra a natureza imiscível destes temas, revelando a abundância do seu universo onírico”, sublinha a curadora.
Andréa resume que a exposição objetiva desvelar a maestria de Claudio Cesar nas telas, bicos de pena e esculturas, destacando seu compulsivo desejo de retratar o mundo sem restrições, explorando, de maneira singular, sua curiosidade inata. “Claudio Cesar dedicou-se a capturar as peculiaridades do povo cearense, enriquecendo suas obras com toques de poesia e humor. Flores, paisagens, retratos do cotidiano e seu querido São Francisco tornaram-se temas recorrentes em sua produção, e parte da sua mitologia, mergulhando na paleta multicolorida, cuja inspiração era o sol do Ceará”, afirma.