Cresce o mercado de blindagem no Nordeste. Saiba como blindar o seu
Por Admin - Em 06/09/2018 às 10:21 AM
A sensação de insegurança e o medo diante da criminalidade cada vez mais agressiva têm feito crescer a blindagem de automóveis no Nordeste do país. Em 2017, por exemplo, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), foram blindados 15.145 carros. Os estados de Pernambuco e Ceará figuraram na lista dos cinco estados que mais executaram o serviço.
“O mercado de blindados aqui na região Nordeste tem se intensificado nos últimos anos. De 2000, quando Recife recebeu a primeira empresa de blindagem fora do eixo Rio/São Paulo, momento em que os casos de sequestro e sequestro relâmpago motivavam a busca por esse tipo de proteção, para esses últimos anos, o perfil do usuário tem se assemelhado ao do consumidor do Sudeste. Ou seja, o medo também por outros tipos de violência urbana como os assaltos, por aqui infelizmente também virou realidade”, explica Marcelo Silva, membro do conselho da Abrablin.
De fato, os números da associação que representa o setor mostram o crescimento da procura pela proteção blindada no Nordeste. Em 2013, quando foram blindados 10.156 veículos no país, três estados da região apareciam na lista dos que mais produziram blindados, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, estados que sempre figuram como líder e vice-líder nesse ranking. Pernambuco (6,37%), Ceará (5,94%), e Bahia (2,84%).
De lá para cá, o Nordeste sempre apareceu com estados nesse ranking de blindagem. Em 2014, quando foram blindados 11.731 veículos, Ceará (2,85%) e Bahia (2,45%) ocupavam a 4ª e 5ª posição. Dois anos depois, quando 18.865 veículos receberam a proteção, Ceará esteve no top três, com 1.274 carros blindados, ficando atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro. E, no ano passado, dos 15.145 carros blindados, o estado de Pernambuco (3,32%) surge em 3º e Ceará (2,43%) em 5º no ranking dos que mais blindaram.
Expansão
A crescente demanda pela blindagem nos últimos anos atraiu os olhos de muitos empreendedores que decidiram se aventurar no setor. Muitas empresas tentaram se instalar na região, e de forma ilegal e sem qualquer tipo de estrutura e especialização, aproveitaram o boom da blindagem para lucrar.
“Muitos aproveitaram o crescimento do medo e da violência urbana, somado à distância do Nordeste em relação ao eixo Rio/São Paulo, onde se concentra grande parte da indústria de blindagem, para montar um negócio no ramo por aqui”, alerta Silva. Contudo, a atuação do Exército, órgão responsável por fiscalizar o setor no país, conseguiu minar muitos desses aventureiros do segmento.
Como proceder antes da blindagem
Para decidir onde blindar seu carro é preciso alguns cuidados. Verifique o tempo de atuação da empresa no mercado. Não se preocupe, no início, com o custo do serviço. Exija da blindadora o CR, bem como uma cópia do ReTEx das blindagens (vidros e mantas balísticas) utilizadas. São documentos emitidos pelo Exército para qualquer empresa que atue no segmento.
Vá ao showroom, caso a empresa tenha, mas não se limite a essa visita. Visite também o local onde a blindagem é feita. Procure saber quanto tempo levará o serviço e, se possível, pesquise sobre os responsáveis pela empresa. Além da segurança balística é fundamental a segurança na empresa, bem como nos responsáveis por ela.
Algumas empresas disponibilizam fotos da evolução do processo. Isso pode ser a garantia de que seu carro está realmente recebendo a blindagem oferecida.
Escolha o nível de blindagem de acordo com sua necessidade de segurança. Hoje, o mais utilizado no Brasil é o nível IIIA. As descrições usadas pelas empresas devem indicar a resistência aos projéteis, equivalente à definida pelo Exército. Certifique-se de que a blindagem será realizada nas áreas transparentes e opacas do carro.
Repita o processo em pelo menos duas empresas e não se deixe levar por fatores subjetivos para a definição. Somente depois dessa análise, pondere preço e tome a decisão.