O Ceará avança de forma decisiva no cenário da economia global ao receber a aprovação para a instalação de cinco data centers na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A decisão foi tomada durante a 41ª reunião ordinária do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE), realizada nesta segunda-feira (3), que confirmou investimentos estimados em R$ 571 bilhões apenas para os projetos do Estado – dos quais R$ 81 bilhões serão destinados a obras de infraestrutura e à ampliação da geração de energia limpa e sustentável.

ZPE Ceará deve receber mais de meio trilhão de reais em novos investimentos              Foto: Divulgação

Ao todo, o colegiado aprovou 12 projetos empresariais, somando R$ 585 bilhões em investimentos, com potencial para gerar R$ 99 bilhões anuais em novas receitas de exportação e criar 26 mil empregos diretos. Além disso, esses projetos deverão induzir mais R$ 21,7 bilhões em investimentos indiretos para o território cearense.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou o impacto estratégico das iniciativas para o Brasil. “Estamos unindo a atração de investimentos em alta tecnologia, como estes data centers, com a transição energética sustentável. São investimentos, incluindo o projeto estratégico de Hidrogênio Verde (H²V), que colocam o Brasil na vanguarda da inovação e da economia de baixo carbono, gerando renda e emprego para os brasileiros”.

Data centers de alto impacto

Reunião do conselho da CZPE aprovou os novos empreendimentos

Entre os projetos aprovados, estão as iniciativas das empresas ByteDance (TikTok) e Exportdata, responsáveis pelo conjunto de data centers que será instalado na ZPE Ceará. A Exportdata apresentou o maior pacote: quatro unidades, com entrada em operação escalonada entre 2027 e 2032, envolvendo R$ 349 bilhões em investimentos, que incluem equipamentos, infraestrutura e geração própria de energia solar e eólica. A estimativa é que as operações criem 95 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo a cadeia produtiva tecnológica no Estado.

O quinto projeto é assinado pela ByteDance Brasil Tecnologia Ltda., que prevê R$ 108 bilhões até 2035 em equipamentos de alta tecnologia – valor ao qual ainda serão acrescidos investimentos diretos e indiretos em infraestrutura e compra de energia renovável. O início da operação está programado para 2027. Para o período de 2036 a 2046, a empresa projeta ainda mais R$ 135 bilhões em atualizações tecnológicas. A instalação deverá gerar 550 empregos diretos e indiretos, além de 3.800 postos de trabalho na fase de obras.

Somados, os cinco data centers têm potencial para exportar R$ 80 bilhões por ano em serviços digitais, contribuindo para consolidar o Brasil e o Ceará como verdadeiros polos estratégicos no mercado global de tecnologia e infraestrutura digital de alta performance.

Transição energética no centro das estratégias

A reunião do CZPE também aprovou um importante projeto industrial ligado ao setor de energia limpa no Ceará. A empresa CDV Pecém recebeu aval para implantar uma unidade de produção de Amônia Verde Líquida, utilizando exclusivamente energia renovável e água de reuso – uma inovação alinhada às diretrizes globais de descarbonização.

O empreendimento prevê a produção anual de 900 mil toneladas de amônia verde, movimentando R$ 12 bilhões em investimentos e gerando 1.230 empregos. A iniciativa reforça o papel do Ceará como protagonista na transição energética e como um dos estados mais competitivos do Brasil na atração de projetos ligados ao Hidrogênio de baixo carbono.