Destino de Desejo
Taormina reafirma status de refúgio do luxo e da cultura no Mediterrâneo
Por Redação - Em 08/11/2025 às 12:01 AM

A cidade consolidou sua posição no turismo de alto padrão: em 2023, a Sicília registrou aumento de 424% nas reservas, e as diárias de luxo em Taormina chegaram a US$ 3 mil no verão FOTO: Pixabay
Muito antes de se tornar cenário da série The White Lotus, Taormina já figurava entre os destinos mais desejados da elite europeia. Desde o século XVIII, escritores, artistas e nobres se encantam com a pequena cidade siciliana pendurada sobre o Mar Jônico. Goethe descreveu o antigo teatro grego local como uma das mais belas construções do mundo, e D. H. Lawrence escolheu Taormina como refúgio literário. O francês Guy de Maupassant resumiu o fascínio do lugar ao dizer que ali se encontram “todas as belezas criadas para seduzir os olhos e a imaginação”.
Mais de dois séculos depois, o magnetismo permanece. Impulsionada pela série da HBO, a cidade consolidou sua posição no turismo de alto padrão: em 2023, a Sicília registrou aumento de 424% nas reservas, e as diárias de luxo em Taormina chegaram a US$ 3 mil no verão — um recorde.

A cena gastronômica também reflete o novo auge: a cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, reúne quatro restaurantes estrelados pelo Guia Michelin
“Taormina deixou de ser apenas um destino cultuado por intelectuais e passou a reunir os grandes motores do turismo e do mercado imobiliário de luxo”, afirma Felice Rizzotti, CEO da Rizzotti Advisors. Redes internacionais reforçam essa tendência. O grupo Four Seasons transformou um convento do século XV no San Domenico Palace, hoje símbolo da sofisticação local. O Belmond mantém o Grand Hotel Timeo e a Villa Sant’Andrea, enquanto o Kimpton, da IHG, abrirá seu hotel boutique em 2025.
A cena gastronômica também reflete o novo auge: a cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, reúne quatro restaurantes estrelados pelo Guia Michelin, incluindo o St. George by Heinz Beck e o La Capinera, de Piero D’Agostino. Todos valorizam ingredientes da região, como vinhos do Etna e ervas mediterrâneas.

Goethe descreveu o antigo teatro grego local como uma das mais belas construções do mundo FOTO: Pixabay
O comércio de luxo acompanha o ritmo. Louis Vuitton, Dior, Zegna e Tom Ford transformaram o calçadão Corso Umberto em uma vitrine ao ar livre. Marcas italianas como Dolce & Gabbana apostam na estética siciliana em espaços emblemáticos, como o renovado Mocambo Bar.
No setor imobiliário, o interesse estrangeiro cresce na mesma proporção. O estoque é limitado por restrições geográficas e históricas, o que eleva os preços. “Casas com valor histórico ou vista para o mar alcançam cifras milionárias”, explica Rizzotti. Um exemplo é a Villa Falconara, pertencente à família do almirante Horatio Nelson, avaliada em 15 milhões de euros.
Apesar do luxo, o charme de Taormina ainda reside na autenticidade. Concertos no Teatro Antico, ruínas gregas e a presença constante do Monte Etna mantêm viva a atmosfera que inspirou gerações. “O desafio é equilibrar o crescimento com a preservação do espírito local”, resume Rizzotti. “O sucesso futuro de Taormina dependerá de continuar sendo o que sempre foi: um lugar onde a história e o prazer convivem em harmonia.”
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